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Edmar Ferreira, 24 anos escrevendo esportes na Gazeta

Paixão pelo esporte e comprometimento com a informação: o legado do Pimba


Ele tem 48 anos de idade, 24 deles, ou seja, exatamente a metade, dedicados à Gazeta de Limeira. Edmar Ferreira nasceu em Rio Claro, mas é tão apaixonado pela cidade, que sempre fala que é um "riomeirense". Ele reside aqui desde 2005.
E o "Pimba", como é carinhosamente conhecido, tem até título de Cidadão Limeirense. Ganhou a honraria em 2015, da vereadora Lu Bogo. Ele tem tanto orgulho disso, que exibe o certificado bem na entrada do seu apartamento.
Filho do lendário Edmundo Silva, a "voz metálica do rádio", Edmar Ferreira seguiu à risca a profissão do pai. A única diferença é que o filho enveredou também para o jornalismo impresso.
Antes de chegar a Gazeta de Limeira, o garotinho Edmar Ferreira começou bem cedo. Trocou a infância com os amigos por se dedicar e aprender a escrever sobre jornalismo esportivo.
Em 1991, quando tinha 16 anos, ingressou na TV Rio Claro. Escrevia as pautas do TV Esporte, programa exibido de segunda à sexta, das 11h às 12h. Aos sábados, era ele quem apresentava e não se intimidava com as câmeras.
Em 1992, surgiu o convite da Rádio Clube de Rio Claro para trabalhar como repórter de basquete. É a modalidade que ele mais gosta até hoje. Não demorou muito para ganhar um programa antes das jornadas esportivas. O nome: Balanço Geral, que depois viria ser utilizado por Geraldo Luís.
Em 1985, Edmar Ferreira passou acompanhar seu pai nas transmissões dos jogos da Inter, dentro e fora de casa. Ele se sentia útil ao pegar as escalações e no fim das partidas ainda levava o meião de algum jogador embora para casa. Chegou a ter mais de cem pares. Hoje tem uma coleção de 1.100 camisas oficiais.
Seu sonho sempre foi ser narrador de futebol, igual o pai. Em 1995, sua vida deu uma guinada. Através de um convite de José Roberto Bernardo, o "Zé da Mix", veio para Limeira trabalhar como plantão esportivo na Rádio Educadora.
Quis o destino, que após seis anos surgisse a grande chance de sua vida. Em 10 de março de 2001, Edmar Ferreira deixou de ir a festa de aniversário de três anos de sua filha Ana Flávia para assistir Inter e Corinthians, no Limeirão, pelo Paulistão. Pediu até folga do plantão esportivo da rádio para ver seu segundo time do coração - o primeiro é o Vasco da Gama.
Como o narrador Pedro Elizeu, ex-prefeito de Araras, não foi avisado do jogo, o repórter João Valdir de Moraes e o comentarista Naldo Dias, ambos falecidos, chegaram a conclusão que Edmar Ferreira deveria narrar, mesmo sem experiência. Entre não fazer e arriscar, acharam por bem a segunda opção. E o "riomeirense" aceitou na hora.
Seu desempenho foi satisfatório e por isso, passou a ser o narrador oficial da emissora, exercendo a função até 2018, quando se transferiu para o Rápido no Ar e em seguida, para a Rádio Melhor FM, onde formou uma nova equipe de esportes. Já são quase três mil jogos narrados na carreira. Entrou para a história com a primeira transmissão internacional para Limeira, narrando a Winner no Sul-Americano de Basquete no Uruguai.
Foi em 2000, que Edmar Ferreira conheceu mais a fundo o empresário Roberto Lucato, proprietário da Gazeta de Limeira. Os dois passaram a transmitir os jogos da Inter juntos. A amizade foi muito importante, apesar das inúmeras duras que tomou ao longo do "seu mandato". Fizeram um trio inesquecível com João Valdir de Moraes.
Não demorou muito para Lucato convidar o então narrador para trabalhar na Gazeta de Limeira. Edmar Ferreira lembra como se fosse hoje como foi a conversa para o acerto. "O Dr me perguntou quanto eu ganhava no Jornal de Rio Claro e me ofereceu o dobro. Em seguida, perguntou se eu escrevia de outros esportes, pois na cabeça dele, Naldo Dias e Walfrido Salvi só falavam de futebol e Limeira era rica em basquete, vôlei, atletismo e handebol. Quando eu respondi que escrevia de tudo, na hora ele falou que eu estava contratado. Foi uma alegria só", lembrou.
Num primeiro momento, Edmar Ferreira só trabalhava aos domingos no jornal. Não demorou muito para entrar definitivamente para a família Gazeta de Limeira, trabalhando no horário comercial. Odiava folga e quando as tinha, fazia questão de passar no jornal para ver se estava tudo em ordem. Sempre foi teimoso neste aspecto.
No começo, escrevia matérias de outros esportes, corrigia as matérias de Naldo Dias, que segundo ele eram "sofríveis" e fazia a coluna Dois Toques de terça-feira, na folga de Walfrido Salvi.
Com o falecimento de ambos, Edmar Ferreira assumiu a direção da parte esportiva do matutino e virou o responsável pela página. Uma de suas primeiras mudanças foi aumentar o espaço da coluna, que ganhou o nome de Pimba, seu bordão. Segundo ele, quanto mais notas pequenas saírem no esporte, mais atrativa a página fica.
Edmar Ferreira lembra que muitas vezes ouviu dos companheiros de casa a seguinte frese. "só falta você trazer sua cama para cá". Realmente é um profissional dedicado, que tem inúmeras funções dentro do esporte e consegue, como poucos, dar conta de tudo.
Outro orgulho do jornalista é quase nunca faltar. "Faltei apenas quatro vezes em 24 anos. Na morte na minha avó, no assalto a minha casa e em suas viroses bravas. Posso até não estar presente na redação em razão de compromissos de transmissões, dentro e fora do país, mas a página esportiva sairá no dia seguinte normalmente. Eu sempre vou dar um jeito. E prometo sempre manter a qualidade", sorriu.
Edmar Ferreira ainda tem em seu currículo trabalhos no jornal Lance e nas rádios Globo e Jovem Pan, sempre cobrindo a Inter de Limeira.
Sobre a Gazeta, Edmar só tem elogios. "Trabalho com gosto nesta casa. É um prazer diário. Me sinto muito bem aqui. A direção me respeita e entende como minha vida é corrida. Espero ficar ainda muito tempo aqui. Jornal sempre será jornal", completou.

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