O mercado de trabalho em plataformas digitais e aplicativos de serviços no Brasil vive uma expansão acelerada: de 2022 a 2024, o número de brasileiros que atuam nesse segmento cresceu 25%, e passou de 1,3 milhão para 1,7 milhão, segundo dados recentes do IBGE. Esse contingente representa hoje cerca de 1,9% da população ocupada no setor privado.

Entretanto, o crescimento não veio acompanhado de melhores condições de trabalho. O estudo do IBGE revela que os trabalhadores de plataformas digitais enfrentam jornadas significativamente mais longas, cerca de cinco horas a mais por semana do que trabalhadores fora dessas plataformas e uma remuneração por hora inferior.

Em Limeira, a Associação Limeirense de Motoristas por Aplicativos (Alma) tem se mobilizado para fortalecer a categoria e melhorar a qualidade do trabalho dos profissionais locais. Wagner Rodrigues, 1º secretário da associação, revelou à Gazeta que a expectativa é que o número de motoristas na cidade varie entre 2 mil e 2.800. “Vamos iniciar, no começo do próximo ano, um cadastramento efetivo em parceria com a Prefeitura Municipal para termos números mais precisos e atualizados da categoria”, destacou Wagner.

Sobre a renda, ele explicou que há uma diversidade entre os motoristas: “Temos quem trabalha em horários vagos para complementar a renda, mas também quem transformou a atividade em profissão, conseguindo faturar até R$ 8 mil bruto por mês. Porém, após os custos com manutenção, combustível e taxas, o valor líquido gira entre R$ 3 mil e R$ 4 mil. ”

A Associação também está próxima de inaugurar, em dezembro, um ponto de apoio aos motoristas na cidade, um espaço pensado para oferecer suporte, orientação e melhorias nas condições de trabalho.

A pauta da categoria também ganhou espaço na Câmara Municipal de Limeira. Recentemente, em reunião com vereadores da Frente Parlamentar, secretários municipais e representantes dos motoristas, foi discutida a possibilidade de criação de um aplicativo municipal próprio para o serviço de transporte por aplicativo.

A proposta, que faz parte da revisão da legislação vigente, busca criar alternativas que possam melhorar o serviço para os usuários e as condições de trabalho para os motoristas, proporcionando maior segurança jurídica e transparência para a categoria.