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Melty A.G. fala sobre ancestralidade, arte e empreendedorismo

No mês da Consciência Negra, a Gazeta de Limeira, em parceria com o Conselho Municipal dos Interesses do Cidadão Negro (Comicin), está promovendo uma série de reportagens especiais que destacam personalidades e iniciativas que fortalecem a luta pela igualdade racial e pela valorização das culturas afro-brasileira e indígena. Uma das entrevistadas é Melty A.G., artista limeirense de 26 anos, multiartista, empresária e uma das vozes mais criativas da cena cultural local. 

Com ascendência indígena materna e paterna, Melty compartilhou como essa herança molda sua identidade e influencia suas criações. “Não sou uma pessoa aldeada, vivo em contexto urbano e diaspórico, sendo fruto de duas famílias migrantes de Minas Gerais, Mato Grosso, Paraná e outras localidades e biomas”, explica. 

Quando questionada sobre o uso dos termos “indígena” ou “povos originários”, ela foi clara: “Os dois termos estão corretos. Depende somente de como você deseja se expressar no momento.” 

Além da música, Melty também se destaca como empreendedora com a marca Kbulosa Drip, criada durante a pandemia. A ideia surgiu de sua paixão por brechós e bazares, que frequentava para garimpar peças para si, sua família e amigos. “A marca começou como um brechó com curadoria minha e do Benjamin, meu irmão e sócio. Nosso objetivo é evidenciar que roupas não têm gênero e que, na nossa expressão através do vestir, vale tudo. Em breve, teremos novidades com novas formas de trabalhar nossa identidade visual”, conta. 

Na área musical, Melty é compositora e participa ativamente do processo de produção de suas canções. Apesar de ainda estar avançando na produção musical, todas as suas faixas lançadas até o momento foram criadas em parceria com o produtor Maunatrack. “Quase sempre desenvolvemos a partir de referências que trago e da originalidade do Mau como produtor”, explica. Seu último trabalho foi uma participação na faixa “375 Barras”, do álbum Vista Grossa, da rapper Monna Brutal, em parceria com o coletivo From da Hood. “É uma aula! Recomendo não só essa faixa, mas o álbum todo. O trabalho da Monna é incrível.” 

Quando perguntada sobre como sua descendência influencia seu som, Melty foi enfática: “Nossa ancestralidade e história influenciam em tudo na nossa vida, quando temos a possibilidade de saber minimamente quem somos. Com certeza minhas composições carregam essas vivências e visões que experienciei e experiencio.”

Para os leitores que sonham em seguir a carreira musical, Melty deixa um conselho valioso: “Faça a música que você quer ouvir. Que faz você vibrar. Seu público vai se formar entre as pessoas que conseguem se relacionar com a sua mensagem.” 

Sobre seus sonhos, Melty revela um desejo coletivo: “Meu sonho é que os meus estejam cada dia mais seguros, com comida no prato, uma boa qualidade de vida e a cultura valorizada. É o mínimo, mas ainda é uma cena rara, infelizmente.” 

Apaixonada pela cultura e pela arte, Melty se define como “multiartista, músico, poeta, instrumentista, produtora cultural e musical”. Para acompanhar seu trabalho, ela está no Instagram como @melty_a.g e nas plataformas de streaming de música como Melty A.G..

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