Cultura limeirense celebra o centenário de Emiliano Bernardo
A história
cultural de Limeira se entrelaça com trajetórias de personalidades que ajudaram
a construir e preservar sua memória. Entre esses nomes, destaca-se Emiliano
Bernardo da Silva, cuja contribuição para a arte e história do município é
reverenciada até hoje. Como forma de reconhecimento, o Teatro Vitória, renomeado
em sua homenagem pela Lei Municipal 6.156 de 2019, receberá uma placa com seu
nome nesta quinta-feira (5), às 10h, em um evento que celebra o centenário de
seu nascimento.
Emiliano, que
nasceu em 5 de dezembro de 1924 no bairro Jaguari, cresceu enfrentando
dificuldades financeiras após a morte de seu pai. Ao lado de sua mãe e avó,
ajudou a sustentar a família entregando marmitas e roupas. Estudioso e
carismático, conquistou bolsas de estudo e formou-se contador, mas seu
verdadeiro legado está na arte e na memória que eternizou em Limeira.
Desde jovem,
Emiliano mostrava inclinação para as artes. Trabalhou como sonoplasta no Teatro
da Paz e integrou grupos de teatro amador no Nosso Clube, onde dirigiu e atuou
em peças marcantes, muitas delas enfrentando censuras e preconceitos da época.
Emiliano também foi pioneiro no cinema e na fotografia em Limeira. Com o Cine
Foto Clube, lançou salões de arte e viajou aos Estados Unidos para dominar
técnicas de revelação colorida, tornando-se precursor da fotografia colorida no
Brasil.
Além disso,
registrou momentos históricos da cidade em vídeos, fotografias e filmes,
contribuindo para preservar a memória coletiva de Limeira. Emiliano também
inovou na dramaturgia, encenando textos ousados para sua época, como "Dois
Perdidos Numa Noite Suja", de Plínio Marcos, e "Liberdade,
Liberdade", de Millôr Fernandes e Flávio Rangel.
Seu trabalho e
talento transcenderam os limites da cidade. Emiliano foi convidado a participar
de programas de alcance nacional, como os de Ana Maria Braga e Regina Casé,
onde compartilhou seus conhecimentos e cedeu raridades de seu vasto acervo.
Para a EPTV, ofereceu registros esportivos e históricos de Limeira, que até
hoje enriquecem documentários e exposições.
Casado por 67
anos com Leylah Martensen da Silva, Emiliano teve três filhos, sete netos e dez
bisnetos. Seu espírito inquieto e apaixonado pela arte permaneceu vivo até seus
últimos dias. Faleceu em 9 de abril de 2017, aos 92 anos, deixando um legado
imensurável para a cidade.
Para a neta, Ana
Lua Silva Dantas, a cerimônia no Teatro Vitória é mais do que uma homenagem; é
um marco que reforça a importância de Emiliano Bernardo da Silva para a cultura
limeirense. “A dedicação do meu avô em registrar e valorizar a história de
Limeira segue viva, inspirando gerações e preservando a memória de uma cidade
que tanto lhe deve”, destaca. O evento será aberto ao público no Teatro Vitória
Emiliano Bernardo da Silva, localizado na Praça Toledo Barros, no Centro.
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