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Pesquisa aponta queda das vendas do varejo em agosto

Seis das oito atividades pesquisadas tiveram taxas negativas, com destaque para outros artigos de uso pessoal e doméstico

O impacto da pandemia nos setores, alta da inflação e desemprego influenciou no poder de compra dos consumidores. Os setores vêm sentindo uma boa retomada da economia, mas ainda nada que alcance patamares anteriores à pandemia.

Dados da Pesquisa Mensal de Comércio (PMC), divulgados ontem pelo IBGE, apontam recuo de 3,1% no volume de vendas do comércio varejista no país em agosto, no comparativo com o mês anterior (2,7%). Mais da metade das atividades caíram no período.

De acordo com o levantamento, seis das oito atividades pesquisadas tiveram taxas negativas em agosto, com destaque para outros artigos de uso pessoal e doméstico (-16,0%), que teve a principal influência negativa sobre o indicador do comércio varejista. Essa atividade é composta, por exemplo, pelas grandes lojas de departamento.

O gerente da PMC, Cristiano Santos, explica que o setor sofreu bastante no início da pandemia, mas se reinventou com a criação de estratégias de vendas pela internet. “Isso culminou com crescimentos expressivos, principalmente em julho [19,1%] com o lançamento das plataformas de marketplace. Com muitos descontos, o consumidor antecipou o consumo em julho, fazendo com que o mês de agosto registrasse uma queda grande de 16,0%. Esse recuo, contudo, não é suficiente para retirar os ganhos dos quatro meses anteriores”, observa.

Em Limeira, o comércio está mais otimista com neste segundo semestres para o aumento das vendas, principalmente com a proximidade das festas de fim de ano. Nesta época, a movimentação para compra de presentes é maior. O presidente da Associação Comercial e Industrial de Limeira (Acil), José Mário Bozza Gazetta, já havia dito que a expectativa é positiva. Ele comentou que a vacina foi importante para voltar as atividades. “As pessoas, aos poucos, vão retomando as atividades e as compras no comércio. Durante o isolamento, as pessoas deixaram de consumir. Agora a expectativa é de melhora”, afirmou.

AINDA NEGATIVO

A pesquisa ainda aponta outros setores que tiveram queda no período: equipamentos e material para escritório, informática e comunicação (-4,7%), combustíveis e lubrificantes (-2,4%), móveis e eletrodomésticos (-1,3%), livros, jornais, revistas e papelaria (-1,0%) e hipermercados, supermercados, produtos alimentícios, bebidas e fumo (-0,9%).

O gerente pontua que hiper e supermercados, assim como combustíveis e lubrificantes, vêm sendo impactados pela escalada da inflação nos últimos meses, o que diminui o ímpeto de consumo das famílias e empresas. “A receita nominal de hiper e supermercados ficou perto de zero [0,3%] e a de combustíveis recuou 0,7%. Houve efetivamente um gasto menor das famílias na passagem de julho para agosto”, acrescenta.

POSITIVO

Duas atividades tiveram variação positiva no volume de vendas em agosto: tecidos, vestuário e calçados (1,1%) e artigos farmacêuticos, médicos, ortopédicos, de perfumaria e cosméticos (0,2%).

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