
Alimentos ficam mais caros na maioria das capitais
O valor da cesta básica subiu em 14 das 17 capitais
brasileiras analisadas pelo Dieese (Departamento Intersindical de Estatística e
Estudos Socioeconômicos) entre fevereiro e março de 2025. As maiores altas
foram registradas nas capitais do Sul: Curitiba (3,61%), Florianópolis (3,00%)
e Porto Alegre (2,85%). Por outro lado, três capitais do Nordeste apresentaram
queda nos preços: Aracaju (-1,89%), Natal (-1,87%) e João Pessoa (-1,19%).
Entre as cidades pesquisadas, São Paulo manteve a
liderança no custo da cesta básica, com valor médio de R$ 880,72 em março. O
aumento foi de 2,35% em relação a fevereiro, e a cidade também acumulou alta de
4,69% no primeiro trimestre do ano. Em comparação com março de 2024, a elevação
foi de 8,30%. Em seguida, aparecem Rio de Janeiro (R$ 835,50), Florianópolis
(R$ 831,92) e Porto Alegre (R$ 791,64). Já os menores valores foram registrados
nas cidades do Norte e Nordeste, onde a composição da cesta é diferenciada.
Aracaju teve o menor custo (R$ 569,48), seguido por João Pessoa (R$ 626,89),
Recife (R$ 627,14) e Salvador (R$ 633,58).
A análise do Dieese mostra que, nos últimos 12 meses,
todas as capitais tiveram aumento no custo da cesta. As variações vão de 1,83%,
em Porto Alegre, até 9,69%, em Fortaleza. No acumulado de janeiro a março deste
ano, o custo da cesta subiu em todas as capitais, com destaques para Salvador
(8,51%) e Fortaleza (7,87%).
O levantamento também detalhou a variação dos preços dos
produtos em São Paulo. Entre fevereiro e março, sete dos 13 itens da cesta
apresentaram alta: tomate (25,91%), açúcar refinado (9,71%), feijão carioquinha
(6,24%), arroz agulhinha (4,65%), café em pó (3,92%), farinha de trigo (0,44%)
e manteiga (0,27%). Outros seis produtos tiveram redução: batata (-3,09%),
leite integral (-1,73%), banana (-1,65%), óleo de soja (-1,63%), carne bovina
de primeira (-0,60%) e pão francês (-0,05%).
Considerando os últimos 12 meses, os produtos com maiores
aumentos na capital paulista foram café em pó (50,75%), óleo de soja (32,34%) e
carne bovina de primeira (28,17%). Também tiveram elevação açúcar refinado
(8,28%), manteiga (6,69%), leite integral (6,55%), pão francês (5,25%), tomate
(4,23%), arroz (4,11%) e farinha de trigo (1,43%). Em contrapartida, caíram os
preços da batata (-30,48%), do feijão carioquinha (-16,86%) e da banana
(-7,77%).
O Dieese também calcula mensalmente o valor do salário mínimo
necessário para suprir as despesas básicas de uma família de quatro pessoas,
considerando alimentação, moradia, saúde, educação, transporte, lazer e outros
itens essenciais. Com base no custo da cesta mais cara, a de São Paulo, o valor
estimado em março foi de R$ 7.398,94, o equivalente a 4,87 vezes o salário
mínimo oficial, de R$ 1.518,00. Em fevereiro, o valor estimado era de R$
7.229,32 (4,76 vezes o mínimo). No mesmo mês de 2024, o salário mínimo
necessário era de R$ 6.832,20, ou 4,84 vezes o piso vigente na época, de R$
1.412,00.
Na prática, o trabalhador de São Paulo que recebe um
salário mínimo precisou trabalhar 127 horas e 38 minutos para comprar a cesta
básica em março. O tempo é maior do que em fevereiro, quando foram necessárias
124 horas e 43 minutos, e também superior ao registrado em março do ano passado
(126 horas e 43 minutos). Considerando o salário líquido, com desconto de 7,5%
da Previdência Social, o comprometimento da renda com a cesta foi de 62,72% em
março de 2025, contra 61,28% em fevereiro e 62,27% em março de 2024.
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