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Confiança do comércio fica estável em abril ante março, mostra CNC

O Índice de Confiança do Empresário do Comércio (Icec) medido pela Confederação Nacional do Comércio (CNC) ficou estável em abril em relação a março, mantendo-se no patamar dos 101,7 pontos, descontados os efeitos sazonais.

O resultado, porém, representa uma queda acentuada no comparativo com abril do ano passado, de 8,2%, puxado principalmente pelo baixo otimismo com as Condições Atuais da Economia, um subindicador medido pelo índice, que registrou queda de 24,8 pontos na variação anual.

Apesar disso, houve leve alta mensal de componentes, como as Condições Atuais Gerais (0,8%) e Intenções de Investimento (0,1%), que mesmo assim não foram capazes de reverter a cautela do empresariado com a atual conjuntura econômica.

"Os avanços pontuais não têm sido suficientes para compensar as perdas acumuladas, principalmente entre os comerciantes de bens duráveis, mais sensíveis ao aumento dos juros. Eles têm enfrentado maiores dificuldades, o que se reflete na redução de investimentos e na postura conservadora quanto à expansão dos negócios. O momento reforça a importância de medidas que incentivem o consumo e reduzam as incertezas", avaliou em nota o presidente do Sistema CNC-Sesc-Senac, José Roberto Tadros.

Mesmo com tímidas altas mensais, as intenções de investimento caíram 2,4% em relação ao ano anterior. A projeção de contratação de funcionários caiu 2,4%, enquanto os investimentos em estoques, em 1,1%, no comparativo com abril de 2024.

Investimento

O levantamento demonstrou, ainda, que as expectativas para os próximos meses também retraíram - 0,5% no mês e 8,9% no ano -, apesar de ainda permanecerem em nível considerado otimista, com 128,4 pontos. A avaliação sugere que os empresários estão mais preocupados com o presente do que com o futuro imediato.

"O encarecimento do crédito e a perda de dinamismo do mercado de trabalho afetam diretamente a disposição do varejo em expandir. Isso pode ser explicado porque o comércio tem reagido fortemente, já no curto prazo, às condições que impactam negativamente os negócios em médio prazo", afirma o economista da CNC João Marcelo Costa.

O baixo otimismo foi mais intenso entre os empresários do comércio de bens duráveis, como eletrônicos, móveis, eletrodomésticos e veículos. Este segmento apresentou a maior retração anual no índice geral (-10,2%) e liderou a queda do sentimento sobre as condições atuais (-14,8%).

Até setores tradicionalmente menos afetados pela sazonalidade, como supermercados, farmácias e lojas de cosméticos, recuaram e já operam em patamar considerado pessimista pelo Icec, com 97,8 pontos, informou a CNC.


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