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Gasto de brasileiro no exterior cresce mais do que de estrangeiro no Brasil

 O gasto de brasileiros em viagens ao exterior cresceu mais do que o de estrangeiros que visitaram o País. Dados divulgados pelo Banco Central na terça-feira, 26, mostram que, nos dois casos, o total em julho deste ano é maior do que os valores registrados no mesmo mês de 2024. No entanto, enquanto os visitantes internacionais deixaram mais 13% aqui, os viajantes do Brasil aumentaram em 27% o total desembolsado lá fora.

A balança comercial do turismo continua desfavorável para o Brasil, com déficit de US$ 1,6 bilhão. Não é de hoje que o brasileiro gasta mais em outros países do que os turistas estrangeiros aqui, mas alguns fatores incentivaram tanto o aumento de despesas fora quanto de receitas aqui, segundo a coordenadora do Centro de Estudos em Finanças da Fundação Getulio Vargas em São Paulo (FGV-SP), Claudia Yoshinaga.

"Tivemos uma valorização do real mais recente, que motivou os turistas brasileiros a gastarem lá fora, levando em consideração que o turismo, principalmente nos Estados Unidos, é voltado para o consumo. O brasileiro quer viajar para comprar produtos", explica Claudia. "Por outro lado, os eventos internacionais recentes no Brasil, como o G20 no ano passado e a COP30 neste ano jogam luz sobre o País e atraem estrangeiros. Sem considerar que, para quem tem dólar, mesmo com a valorização do real, ainda sim há muita vantagem econômica aqui."

Balança comercial do turismo

Os brasileiros gastaram no exterior US$ 2,3 bilhões em julho, número maior em relação a julho de 2024, quando a despesa foi de US$ 1,8 bilhão, segundo dados do Banco Central divulgados no dia 26.

Os estrangeiros também deixaram no País em julho deste ano: US$ 696 milhões, na comparação com o mesmo mês de 2024, quando a receita foi de US$ 615 milhões.

A especialista da FGV-SP ressalta, ainda, que a facilidade que o brasileiro possui para câmbio atualmente impulsiona no gasto em outros países. "Hoje temos uma facilidade enorme de ter contas dolarizadas. Diversas instituições financeiras permitem que o cliente tenha conta em dólar e tenha poupanças em moeda estrangeira. Se antes as pessoas faziam o câmbio na véspera da viagem, hoje isso praticamente não existe. É muito mais fácil de planejar", afirma.


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