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Educação ambiental como caminho para o futuro

Limeira se prepara para celebrar 199 anos de história, já com o olhar voltado ao futuro e ao marco dos 200 anos. Nesse percurso, a educação aparece como peça-chave para o desenvolvimento sustentável. Entre os limeirenses que dedicam a vida a essa causa está o educador ambiental José Carlos Pereira, que há mais de 30 anos atua em projetos e ações sociais. Ele foi um dos pioneiros em implantar hortas pedagógicas em escolas públicas e também levou o tema para outras linguagens, como o teatro de bonecos, iniciativas em aterros sanitários e programas voltados à terceira idade.

 

“Eu sempre acreditei que a conscientização precisa começar com as crianças”, afirma Pereira. “O adulto já tem hábitos formados, mas o aluno em fase de alfabetização tem o poder de multiplicar valores dentro da própria casa”, disse. Essa visão guiou a criação de um projeto teatral que percorreu escolas municipais entre 2006 e 2010. Inspirado em produções infantis de TV, o espetáculo mostrava um cenário poluído que se transformava diante da participação das crianças. “Não era só entretenimento: havia rigor técnico, sonoplastia e acompanhamento pedagógico para que a mensagem fosse clara e eficaz”, relembra.

 

Apesar do sucesso, a iniciativa acabou interrompida por falta de apoio e patrocínio. Agora, Pereira sonha em reativá-la como parte das comemorações rumo ao bicentenário de Limeira. “É um projeto que cabe perfeitamente no momento histórico da cidade. Precisamos resgatar esse trabalho dentro das escolas”, disse.

 

Outro legado importante do educador é a implantação de hortas escolares com viés pedagógico. Mais do que plantar e colher, os estudantes aprendem sobre cadeia alimentar, pluviometria, uso racional da água e reciclagem. “A horta vira um laboratório vivo. A criança entende de onde vem o alimento, aprende sobre germinação, sobre o ciclo da natureza. Isso tem impacto na formação de cidadãos mais conscientes”, explica.

Pereira também adaptou o projeto para a terceira idade, promovendo atividades de educação ambiental e até fototerapia. “O idoso não pode ficar de fora. Muitas vezes, ele carrega costumes antigos, mas nunca recebeu a informação técnica. O teatro de bonecos foi um recurso que usamos para aproximar o tema desse público”, conta.

 

Nesta semana, o educador inaugurou um projeto de horta vertical no Centro Infantil Ary Levy Pereira. O evento contou com a presença da secretária de Meio Ambiente, Antonieta Polatto e do presidente da Câmara, Everton Ferreira. A direção da escola agradeceu o projeto e destacou a importância da educação ambiental. Para Carlos, o objetivo é “plantar uma sementinha” no coração de cada criança limeirense.

 

Com formação em fotografia ambiental, jornalística e científica, o limeirense ampliou sua atuação em faculdades e destaca a importância de levar a questão ambiental de forma prática às salas de aula. “O professor já tem uma carga enorme de trabalho. Por isso, sempre busquei oferecer projetos prontos, implantados e funcionando, para que não virassem mais uma sobrecarga”, conclui.

 

Para o educador, os próximos anos exigem maior envolvimento coletivo. Ele defende que bairros e comunidades se organizem em grupos para desenvolver ações locais. “Não adianta esperar só pelo poder público. Há muita gente capacitada nos bairros, precisamos unir essas pessoas em torno de propósitos comuns”, afirma.

 

Ao olhar para o futuro de Limeira, Pereira é otimista. “Tenho certeza de que a educação ambiental vai ganhar mais espaço nas escolas e na comunidade. Rumo aos 200 anos, espero que a cidade abrace com mais força os projetos que unem prática, consciência e transformação. Essa é a herança que podemos deixar”, disse.

 

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