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José Ricardo: "quero formar um campeão paralímpico e ter sede própria"

Edmar Ferreira


O Clube Inclusivo, voltado para atletas com deficiências elegíveis ao esporte paraolímpico como física, intelectual e visual - já contou também com deficientes auditivos - completa 10 anos em 2022. O seu idealizador, fundador e atual presidente José Ricardo de Oliveira se orgulha dessa conquista.
Segundo registros do clube, durante essa década passaram pela entidade 138 atletas, treinando nas modalidades de futsal, basquete e tênis de campo. Atualmente são 40 alunos matriculados nas modalidades de atletismo, natação e tênis de mesa.
Segundo Ricardo, no início a secretaria de esportes de Limeira disponibilizava os locais de treinos. Hoje, ajuda no transporte da equipe para as competições. O SESI virou um parceiro forte, a chamada "casa do Inclusivo", onde todos podem treinar.
A Ajinomoto do Brasil está no projeto desde 2013, ou seja, dos 10 anos de existência, em nove a logomarca da empresa acompanha esses atletas. A MD Folheados e a Jóias Brasil também ajudam há mais de cinco anos.
No último ano, atletas convencionais (não deficientes) foram filiados no atletismo e o sucesso foi inevitável. Foram inúmeras conquitas nacionais e diversas participações internacionais, como nas Olimpíadas Iberoamericanas, Sul-Americanos e Mundiais de Atletismo, seja adulto ou escolar.
O Inclusivo também foi representado no Mundial de Tênis de Mesa e nos Jogos Para-Pan-Americanos. "Mas sem dúvida alguma a nossa maior conquista é a transformação da vida desses atletas. Nós utilizamos o esporte como ferramenta de inclusão social", comentou Ricardo.
Aliás, José Ricardo Estevão Oliveira tem 41 anos, é formado em educação física e pós-graduado em treinamento esportivo de alto rendimento pelo NAR - Núcleo de Alto Rendimento, em São Paulo. Também fez "Gestão Pública" na São Luiz.
Muito dedicado e chamado pelos atletas de "paizão", mesmo sendo jovem ainda, Ricardo concluiu vários cursos, entre eles, de treinador nível 1 da ITTF de tênis de mesa, de treinador nível 1 de natação pelo CPB (Comitê Paralímpico Brasileiro) e de treinador nível 3 no atletismo também pelo CPB.
José Ricardo foi apresentado ao mundo paralímpico quando ainda trabalhava na APAE de Limeira. "Foi então que surgiu a oportunidade de montar uma associação que contemplava outras deficiências, não somente a intelectual, como era a APAE. Tinha certeza que daria certo, como deu", contou.
Desde a fundação, Oliveira está a frente do projeto como gestor e coordenador esportivo, buscando recursos, organizando treinos e fazendo toda a logística das viagens.
Ricardo já foi convocado e representou o Brasil como técnico de várias competições internacionais, como o Mundial de Tênis de Mesa na Grécia em 2011, o Campeonato Sul-Americao Escolar de Atletismo por três anos seguidos (Medellín, na Colômbia em 2016, Cochabamba, na Bolívia em 2017 e Arequipa, no Peru, em 2018). Também foi chefe de delegação do Brasil nas Olimpíadas Iberoamericana em Bogotá, na Colômbia, nos anos de 2011, 2013, 2015, 2017 e 2019.
Um dos maiores sonhos desse incansável limeirense é ver um atleta do Clube Inclusivo campeão mundial ou paralímpico. Já a próxima meta é ter uma sede própria, com materiais e equipamentos para o aprimoramento dos seus alunos.

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