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Gigante diz que não esperava tanta repercussão pelo gol

Edmar Ferreira

Gonzalo Fornari acaba de entrar para a história da Internacional. É o jogador mais alto a marcar um gol pelo clube. O gigante de 2m02 foi decisivo na vitória sobre a Ferroviária por 1 a 0, sábado passado no Limeirão, que recolocou o Leão no G-4 do Grupo A-7 da Série D do Campeonato Brasileiro.
O que Gonzalo não esperava era a tamanha repercussão que gerou o seu gol. "Foi inacreditável. Parece que eu marquei um gol que valeu título. Recebi inúmeras mensagens positivas. Parece que tava todo mundo torcendo para eu marcar logo esse gol. Até minha semana está mais leve. Queira ou não, parece que tirei um piano das costas. Centroavante vive de gol, a gente sabe, e eu não tinha marcado ainda. Foram nove jogos de espera até ele sair. E graças a Deus foi o da vitória que nos coloca no grupo dos classificados e dependendo apenas de nós. E o gol foi muito bonito. E ficou ainda mais com a narração do Edmar Ferreira", comentou.
E todos esperavam por um gol de cabeça do grandalhão, mas ele veio de perna esquerda. "Por incrível que pareça eu marco mais gols com os pés do que de cabeça. Acho que os defensores me marcam muito", sorriu.  
Gaúcho e torcedor ferrenho do Grêmio, Gonzalo Fornari, de 23 anos, começou no Juventude de Caxias. Passou pela Ponte Preta com 17 anos em uma Copa São Paulo de Juniores e começou a rodar pelo Brasil, jogando no São José/RS e no Red Bull Bragantino, uma das melhores estruturas do país. No Anápolis foi o terceiro artilheiro do Campeonato Goiano com seis gols.
Seu nome foi em homenagem ao piloto uruguaio Gonzalo Rodriguez, que morreu durante um treino da CART em 1999, uma categoria que na época antecedia a Fórmula 1. Ele é considerado um dos 50 melhores pilotos do mundo. "As pessoas acham que eu sou uruguaio. No Campeonato Goiano até a terceira rodada eles falavam que eu era uruguaio e elogiavam meu português", justificou.
Fornari contou que não foi para o basquete porque começou a crescer após os 16 anos. "Quando eu percebi, já estava com 2m02. Foi muito rápido e eu já estava jogando futebol. Aí não tinha como parar. Deixei meu irmão ficar ficar no basquete", explicou. Ele não gostava de ser chamado de gigante antes, mas acostumou com o apelido. "Hoje eu gosto de ser grande. Onde eu vou, chama atenção, principalmente em shopping. O problema é andar de avião", sorriu.
Gonzalo Fornari disse que mesmo com a seca que enfrentava na Internacional nunca teve problemas com a torcida. "Cobranças todos nós temos. É natural. Ainda mais de um centroavante que não marca. Mas entendo o torcedor. Eles têm o direito de criticar e cobrar. Minha parte mental me ajudou a superar as críticas que recebi. É natural a confiança ir baixando, mas me doava muito nos treinos. Trabalhei cada dia mais, principalmente as finalizações. Até que finalmente meu gol pela Inter aconteceu. Agora muda tudo. Trago todos para perto de mim. O clima é outro", frisou.
Gonzalo espera ter uma sequência no ataque leonino e, de preferência, marcar mais gols. Quem sabe o da classificação domingo em Cascavel. A chegada de Joel Vinícius, que veio do Bahrein, significa uma sombra para o gigante, mas ele está focado apenas em seu futebol. "Quero estar preparado sempre. O professor Júnior Rocha sabe que pode contar comigo. E se eu ficar na reserva vou torcer para meus companheiros irem bem", destacou.
Duas coisas que Gonzalo não larga de jeito nenhum: o bom é velho chimarrão e seu amigo inseparável, o volante Fabiano. Os dois o acompanharam na entrevista ao Pimba nos Esportes da Melhor FM.
Gonzalo, que na entrevista foi comparado com as fisionomias de Pedro, do Flamengo e Pablo, do Athletico/PR, quer ficar para o Paulistão, assim como todos do elenco, mas ele disse que nesse momento está focado apenas na Série D. "Quero subir o Leão primeiro. Depois a gente discute o futuro", frisou.

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