Um morador, em situação de rua, identificado como Diego Aparecido Lemes, de 35 anos, morreu depois de se envolver em uma briga com outros moradores de rua, na Praça Toledo Barros, no Centro, por volta das 18h20 de segunda-feira. A briga começou depois de uma suposta tentativa de furto e importunação sexual. Após apanhar, Lemes foi arrastado pelos algozes até a Rua Dr. Trajano de Barros Camargo, onde foi deixado desfalecido.

O agente da Guarda Civil Municipal (GCM) que presta serviço na praça pediu apoio às viaturas da corporação para intervir na briga. Quando a equipe mais próxima chegou encontrou Lemes sozinho na calçada. O Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) de Limeira foi acionado e o médico constatou a morte do morador de rua. Segundo o que a Gazeta apurou, Lemes é de Limeira e tem residência fixa mas, com frequência fica na rua, devido aos vícios em álcool e drogas.

Uma testemunha, que seria moradora de um prédio próximo, filmou o final das agressões. Nas imagens é possível ver Lemes sendo arrastado pelo braço por um homem, que é acompanhado de, pelo menos, mais quatro pessoas. Ele parece estar desfalecido, mas ainda tem movimentos nas pernas. Em seguida, ele é deixado na calçada e os agressores fogem. A mesma testemunha filma três pessoas descendo a rua Tiradentes, sentido pontilhão Jânio Quadros.

Enquanto o caso era apresentado à delegada Evelyn Kaffa, no plantão policial, o guarda que trabalha na Casa de Acolhida faz contato com a Central de Operações Integradas (Copi) da corporação, alegando que um dos possíveis autores do crime estava no espaço público, localizado na Rua Capitão Bernardes e Silva. Uma viatura foi ao local e deteve R.H.A.S., 19.

Ele foi reconhecido como a pessoa que arrastava a vítima na filmagem feita pela testemunha. Ele foi levado à delegacia, onde confessou a participação no crime. Por isso, recebeu voz de prisão em flagrante por homicídio consumado. Um segundo homem, que também aparece na filmagem já foi identificado, mas não foi localizado, embora a Polícia Civil tenha começado o trabalho de investigação ainda logo depois do crime.

Não foi possível localizar a possível vítima do furto do celular e nem a do suposto caso de importunação. Segundo fontes da Gazeta, R. era uma pessoa calma, mas tinha sérios problemas por causa dos vícios. “Ele já foi internado em clínicas, mas fugia. Já começou a trabalhar, mas abandonava os empregos. Era uma pessoa perdida no vício”, alegou uma das fontes da Gazeta. Outros moradores de rua teria comentado que Lemes passou o dia inteiro “dando trabalho” e que teria sido agredido por tentar passar as mãos nas nádegas de uma outra moradora de rua.

O resultado da necropsia apontou que a causa da morte foi traumatismo craniano, por golpes recebidos, principalmente, na parte de trás da cabeça. Lemes ainda apresentava sinais de espancamento e de defesa pelo corpo e não tinha ferimentos condizentes à arma branca ou de fogo. O sepultamento ocorre no Cemitério Parque de Limeira, às 13h. Na tarde de ontem, R. passou por audiência de custódia. O magistrado converteu a prisão em flagrante em preventiva.