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Danilo Maluf: "Acesso para a Série C mudará o patamar da Internacional"

Uma mistura de euforia e desabafo. O presidente Danilo Maluf estava incontrolável após o acesso da Internacional para a Série C do Campeonato Brasileiro. Ele queria extravazar de todas as maneiras, afinal de contas, haverá uma mudança de patamar muito grande no clube. É um presente para o leonino nesses 199 anos de Limeira.

E nas entrevistas que deu, disparou sua "metralhadora" contra tudo o que viu, leu e presenciou após o rebaixamento para a Série A-2 do Campeonato Paulista no primeiro semestre.

Em resumo, disse que poucas pessoas ficaram ao seu lado, que recebeu ameaças de morte e que não dormiu direito os últimos seis meses.

Gazeta - Qual é o sentimento neste momento depois do acesso para a Série C?

Maluf - De muito alívio. Tirei um peso muito grande das costas. Entendo perfeitamente o tamanho do nosso feito. O Red Bull Bragantino precisou comprar um time para sair desta divisão. Ninguém aguenta mais disputar a Série D. Fui em todos os jogos da minha gestão e sei o tanto de dificuldade que passamos. É uma tortura emocional que vocês não fazem ideia. Mas sempre tive muita fé em Deus e isso me segurou até aqui.

Gazeta - Foi a Série D mais tensa de todas que você passou?

Maluf - Sem dúvida, até porque nesse ano eu tinha muita confiança que a gente ia subir. Montamos um time muito qualificado, unido e bem comandado dentro e fora de campo. Não tinha como dar errado. Eu vibrei, chorei, fiquei preocupado em alguns momentos e até subi no alambrado para comemorar a classificação contra o Marcílio Dias com os torcedores. Estou envolvido dos pés a cabeça. A gente merece esse momento. E foi um presente de aniversário de casamento para os meus pais, que sofreram junto comigo.

Gazeta - O rebaixamento para a Série A-2 ainda lhe faz mal?

Maluf - Não dormi direito nos meus últimos seis meses. Gostaria até de pedir desculpas pelo que aconteceu no Campeonato Paulista. Mas minha ampulheta já está virada para o ano que vem. Será meu último ano e pode ter certeza que não vou medir esforços para levar a Inter de volta para a Série A-1 e subir da C para B. Quero encerrar meu ciclo deixando a Inter em um patamar altíssimo. Farei o possível e o impossível para isso.

Gazeta - Seu relacionamento com a imprensa ficou estremecido após o rebaixamento para a Série A-2?

Maluf - Ouvi coisas absurdas ao meu respeito, como por exemplo que sou vagabundo, incompetente e que graças a Deus a cadeira passa. Foram quatro meses terríveis, de ataques pessoais. Passei a não ouvir mais nenhum programa e também me recolhi. Você acredita que durante um programa que sempre metia o pau em mim, recebi quatro mensagens contendo ameaças de morte no meu Whatsapp? Não fui mais em lugar nenhum. Disseram até que eu estava proibido de entrar no vestiário. Quer descer comigo agora e filmar? Ouvi cada bobagem, cada mentira, cada passada de perna, que não aguentava mais. Outra coisa, a tal da mensagem cruzada é um perigo, fora de contexto. Tem muito puxa saco que me passava tudo o que diziam a meu respeito na imprensa. Cheguei a pedir que parassem de me enviar. A gente agora está na Série C, mas nem tudo está certo.

Gazeta - A eliminação na Copa Paulista gerou um certo incômodo no clube?

Maluf - Com certeza. Não gostei mesmo, até pelo volume de jogadores que tínhamos em nosso elenco. Eu fui para Ribeirão Preto e voltei muito bravo de lá. A gente não pode tomar um gol de lateral com 20 segundos de jogo. Nosso time tinha condição de brigar pelo título. Com todo respeito aos demais, mas a gente era bem melhor que todos que avançaram de fase. Era para a gernte estar pensando agora no São José nas quartas de final. Mas hoje eu tenho maturidade suficiente para me segurar e não desabar, gerando um clima ainda pior. Eu falaria muita abobrinha. Temos que virar essa página, mas confesso, não aprovei o que foi feito na preparação para o jogo de volta contra o Comercial. E todos do elenco sabem dessa minha opinião (poupar todos os titulares).

Gazeta - Gostou do público presente no jogo do acesso?

Maluf - Limeirão estava bonito com sete mil torcedores, mas poderíamos ter muito mais, até pela importância do jogo. Era a volta à Série C após 22 anos. Mas faz parte, a gente já imaginava. Quem sabe nas semifinais a gente possa colocar 10 mil. Agora tudo é festa, não tem mais aquela tensão pela obrigação do acesso. Quero famílias inteiras no estádio.

Gazeta - Como foi a semana que antecedeu o acesso?

Maluf - Aconteceu muita coisa boa, como por exemplo mensagens dos meus amigos de infância. A cada dia tinha algo novo e isso foi me motivando e aumentando minha confiança no acesso. Não queria me empolgar, mas não tinha como. A hora não passava. Mas graças a Deus deu tudo certo. Sem contar que no dia do jogo eu fui abrir o barracão da minha fábrica e encontrei um senhor beirando os 80 anos. Ele me disse que a Inter era o motivo dele estar vivo até hoje e que a campanha deste ano fez ele voltar a sentir orgulho de torcer pela Inter. Isso mexeu muito comigo.

Gazeta - Como foi seu relacionamento com os torcedores nesta Série D?

Maluf - O melhor possível. Me lembro que dois dias após o rebaixamento, os representantes da Interror pediram uma reunião comigo e me apoiaram. Confesso, não esperava. Cara, os torcedores foram em todos os jogos, Campo Grande, Nova Lima, Goiatuba, enfim. São viagens longas demais. Esses abnegados só encararam essa maratona porque tinham muita fé em nosso acesso. Sem palavras para agradecer.

Gazeta - Que estágio estão as melhorias do Limeirão?

Maluf - Para o ano que vem o que eu posso garantir são os refletores de LED e a cobertura nova das cativas. O próximo passo será a troca do gramado. Estamos vendo o tempo de descanso e a colocação de uma nova grama bermuda.

 

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