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Lula rejeita enviar soldados e critica exclusão da Ucrânia de negociações

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva rejeitou ontem a possibilidade de o Brasil enviar militares para a manutenção de um eventual acordo de paz para encerrar a guerra na Ucrânia. Lula também criticou a exclusão de europeus e ucranianos dos diálogos diretos com a Rússia, conduzidos pelos EUA.

O envolvimento de forças militares do Brasil e da China, segundo a revista Economist, foi sugerido pela diplomacia dos EUA, em conversas reservadas com líderes europeus. França e Reino Unido exploraram a possibilidade com outros países. Milhares de soldados internacionais seriam deslocados para a linha de contato, no campo de batalha, a fim de criar uma zona-tampão entre soldados russos e ucranianos.

"O Brasil não enviará tropas. O Brasil só mandará missão de paz. Para negociar a paz, o Brasil está disposto a fazer qualquer coisa e não mudará de posição. Quando os dois quiserem sentar para conversar, estaremos na mesa de negociação. Fora isso, o Brasil continuará daqui, a muitos quilômetros de distância longe de Rússia e Ucrânia, defendendo a paz", afirmou Lula, ao lado do premiê de Portugal, Luís Montenegro, no Palácio do Planalto.

Questionado por jornalistas, o premiê português também rechaçou envolvimento direto de forças do país e afirmou que ainda não era hora de discutir como a operação de paz seria conduzida no campo de batalha.

Consulta

Montenegro e Lula defenderam que o diálogo sobre a paz deve envolver, obrigatoriamente, os dois lados em guerra - Rússia e Ucrânia -, assim como a Europa. O português reiterou a defesa da integridade territorial ucraniana. "É a melhor maneira de projetar a paz para os próximos anos", disse o premiê.

Lula também voltou a dizer que a guerra poderia ter sido encerrada por meio de uma consulta direta à população dos territórios invadidos pela Rússia. No ano passado, o petista foi criticado por sugerir um referendo nos territórios ocupados - a tese dele era que a votação determinaria se o povo gostaria de ser integrado à Rússia ou permanecer parte da Ucrânia. A proposta foi vista como forma de legitimar uma anexação pela força.

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