
Brics: Lula compara Ucrânia-Rússia a movimentos de greve
O presidente
Luiz Inácio Lula da Silva comparou as negociações de paz para encerrar a guerra
entre Rússia e Ucrânia a movimentos de greve, em seu discurso antes da coletiva
de imprensa ao final da cúpula do Brics, que ocorreu ontem e hoje no Rio.
"Não sei o que vai acontecer se não houver alguém capaz de mediar e dizer
que não será tudo o que Zelensky quer, mas que também não será tudo o que o
Putin quer para acabar com a guerra", disse.
Lula também citou Gaza, afirmando que "já passou da capacidade de compreensão
mortal" e que não é possível dizer que é uma guerra contra o Hamas, tendo
em vista que "só se matam mulheres e crianças". O presidente criticou
a ausência de instituições multilaterais para encerrar os conflitos no mundo,
alegando que a Organização das Nações Unidas (ONU) perdeu a autoridade para
negociar e que não há propostas alternativas. "Estamos vivendo o maior
período de conflitos entre os país e é guerra esparramada para tudo quanto é
lado", afirmou. "Ninguém pede licença para fazer guerra."
Lula reiterou a mensagem da cúpula do Brics que defende a maior liderança do
bloco em assuntos multilaterais e mudanças profundas em instituições globais,
incluindo no Fundo Monetário Internacional (FMI) e na ONU. Para ele, a
instituição precisa alterar a forma como concede empréstimos para países mais
pobres para minimizar os impactos sobre economias em desenvolvimento, seguindo
um modelo semelhante ao novo financiamento do Banco do Brics, o Novo Banco de
Desenvolvimento (NDB).
"O Brics é o novo jeito de fazer o multilateralismo sobreviver no
mundo", defendeu Lula, acrescentando que o sistema multilateral é a
"melhor coisa que já feita nos últimos 80 anos" Apesar de inúmeras
críticas ao esvaziamento na cúpula de chefes de Estado do Brics, o presidente
classificou o encontro como um sucesso e a mais importante reunião do bloco,
dando destaque para a liderança do Brasil logo depois de realizar a
"melhor reunião do G20".
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