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“Hoje compramos menos produtos ou serviços que num passado recente”  

 

 

Ganhar dinheiro não é fácil. Demanda de muito tempo, muito trabalho. Também há os fatores que envolvem sorte e, outros, de vendas ou investimentos a longo prazo. O fato é que “guardar” dinheiro, muitas vezes, é tão difícil como conseguir juntar quantias relevantes.

Ainda nos dias atuais, há pessoas que mantêm seus ganhos no “colchão”, ou seja, guardado em casa, notinha em cima de notinha. Além de ser um risco muito grande para a segurança, o dinheiro parado não rende absolutamente nada.

Outra questão importante e constante em noticiários são os golpes que, infelizmente, são cada vez mais comuns e mais criativos. Em 2017, a atriz Juliana Paes, o ator Murilo Rosa e jogadores de futebol caíram em um golpe de aplicação de dinheiro em supostas compras de carros usados baratos que seriam vendidos a concessionárias com valores mais altos. As compras e vendas nunca aconteceram. Para iludir ainda mais os “investidores”, os golpistas usavam o próprio dinheiro que era investido para devolver um percentual de “lucro”, previamente combinado, e fazer com que as vítimas acreditassem no rendimento da aplicação. Os golpistas usaram os nomes dos artistas que investiram como um chamariz para angariar novos ‘clientes’. Depois de poucos meses, ninguém mais recebeu nenhum percentual do que havia sido aplicado e, somente então, perceberam o golpe. Nesta semana, a polícia prendeu em Jacareí-SP, um dos homens acusados de ser parte da quadrilha que vitimou os artistas.

Independente da quantia, muitos não sabem o que fazer e como aplicar suas rendas. O mercado está repleto de propostas e especialistas financeiros que podem auxiliar os mais leigos ou já experientes, e que desejam investir e lucrar em cima do valor que já possui.

Hoje, no Fato e Versão, conversamos com Diogo Santos, assessor de investimentos da iHUB, escritório credenciado à XP, que traz dicas e informações importantes para quem deseja investir, ter rendimento ou, simplesmente, guardar melhor seu dinheiro.

 

Como a alta da inflação impacta nos investimentos?

Basta uma visita ao supermercado ou abastecer o carro, por exemplo, que constatamos que a inflação chegou de vez no Brasil. Na prática isso significa que compramos hoje menos produtos ou serviços que comprávamos num passado recente. O IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo), índice que mede a inflação oficial no Brasil comprova isso, ele saltou de aproximadamente 4% ao ano para mais de 9% no valor acumulado dos últimos 12 meses.

De imediato podemos concluir que se você aplicou em setembro de 2020 e até agosto de 2021 teve um retorno abaixo de 9,68%, significa que teve uma perda do poder de compra, ou seja, sua aplicação não foi suficiente para acompanhar a alta da inflação.

Mas, a boa notícia é que existem opções no mercado financeiro para se proteger ou amenizar os efeitos negativos da inflação.

Desequilíbrios macroeconômicos, como aumento da inflação, sempre são desafios para os investidores, sejam eles experientes ou não. Assim, conhecer as alternativas de investimentos podem trazer enormes benefícios para seus investimentos.

 

Quais os investimentos mais indicados hoje?

Estamos em um momento delicado da economia, inflação elevada, taxa de juros subindo, crise hídrica no radar e desgaste político, tudo isso traz muita instabilidade para o mercado financeiro. Assim, para o investidor que está começando agora, ou até mesmo para os mais experientes, aplicar em fundos de investimentos é uma boa opção. A escolha vai variar de acordo com o perfil de investidor, o qual vai de conservador a agressivo. Outra opção interessante são os títulos pós fixados que se beneficiam da alta da Selic.

 

Qual a porta de entrada para uma pessoa que deseja começar a investir?

Essa questão varia muito de acordo com o perfil do iniciante, mas em maneira geral, uma boa porta de entrada é via fundos de investimentos, pois neste produto o iniciante delega a gestão dos investimentos à uma equipe profissional.

 

Existe um valor mínimo para ser aplicado em fundos? Há alguma “margem” de valores para os tipos de investimentos? Qual é essa relação? (Ex.: se eu tenho R$ 100 mil qual a melhor indicação, se eu tenho menos, qual é o direcionamento ou se eu tenho mais?)

Com R$ 10 já é possível investir em fundos. Existem diversos tipos. A XP, por exemplo, oferece a seus clientes mais de 500 opções. Alguns fundos exigem aportes iniciais como R$ 50 mil, R$ 100 mil, etc. Quanto maior o valor disponível para aplicar, maiores são as opções de fundos o que possibilita maior diversificação.

 

Em relação a fundos investimentos imobiliários ou a compra de um imóvel para investimento, qual a indicação?

Essa é uma questão que vai variar ao longo do tempo a depender das condições da economia, do preço dos imóveis e dos fundos imobiliários. Porém, os fundos imobiliários possuem algumas características que os tornam muito atraentes, como a liquidez, o fato de não precisar administrar e zelar pelo imóvel, lidar com inquilinos e imobiliárias, entre outros pontos. Como as cotas são negociadas em bolsa, a liquidez pode se dar em minutos, dias ou semanas, enquanto um imóvel, às vezes, fica à venda por anos.

 

As pessoas estão buscando mais informações sobre assuntos como investimento?

Temos observado um crescente interesse por investimentos de mulheres e jovens. Esta geração se difere das anteriores, pois hoje tem o livre acesso a conteúdo de qualidade sobre investimentos na internet, como é o caso do canal IHub Investimentos no YouTube. É possível aprender sobre uma extensa gama de assuntos sobre o mercado financeiro.

 

A poupança é mais segura que investimentos em determinados fundos? Qual a recomendação para aplicação em poupança? Ainda é viável? É seguro?

Sim, por possuir garantia do Fundo Garantidor de Créditos, o FGC, a poupança é mais segura do que fundos de investimentos. Porém, ela não é viável como investimento devido à sua baixa rentabilidade. Existe o tesouro direto Selic, por exemplo, que rende mais e é mais seguro do que a poupança. (A Selic é a taxa básica de juros fixada para todo o País pelo Banco Central. Essa taxa é usada como a principal forma de controle da inflação na economia e afeta todas as taxas de juros do Brasil, desde empréstimos e financiamentos até poupanças e aplicações financeiras).

 

Com a instabilidade econômica, é indicado fazer investimentos?

Sem dúvida, investir é fundamental, independente do cenário econômico. Existem tipos de investimentos para cada momento e perfil de investidor. Por isso, contar com a ajuda de um assessor de investimentos, além de ser gratuito, é fundamental para o iniciante.

 

É indicado investir em moedas digitais?

Para quem se sente confortável com variações bruscas, investir em criptomoedas pode sim ser uma boa ideia. Hoje existem fundos que fazem a diversificação e pode facilitar a vida de quem está entrando neste novo mundo financeiro. Mas, vale ressaltar, este tipo de produto apresenta muita volatilidade.

 

Comprar dólar ou euro é investimento?

Sem dúvidas a compra de moedas é um investimento, inclusive tem se mostrado muito positivo ao longo do tempo. Minha recomendação, é que se faça via fundo de investimentos também, pois acumular o dinheiro em espécie em casa não é uma boa alternativa.

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