Médica diz que, na pandemia, houve queda na procura de exames periódicos, diagnósticos e tratamentos cirúrgicos

As ações do Outubro Rosa continuam. A campanha, criada anos de 1990, inspira pessoas a se conscientizarem sobre o câncer de mama. É um movimento global que ano após ano ganha notoriedade e tem sido importante incentivador na busca pela prevenção.

Mesmo afetando principalmente mulheres com mais de 50 anos, a doença também atinge homens e homens trans. A campanha também propõe maior acesso aos serviços de diagnóstico e de tratamento e ajuda na redução da mortalidade pela doença. Por isso, as iniciativas em favor da atenção com o próprio corpo e o cuidado com a saúde das mamas são importantes e devem ser priorizadas sempre.

O Centro de Oncologia de Limeira (COL), da Santa Casa, contabiliza 117 pacientes em tratamento de câncer de mama, até agosto deste ano. Em 2020, o centro registrou 268 pacientes.

A médica Ivanea Fávero ressalta que, na pandemia, no tratamento de quimioterapia e radioterapia não houve redução. “Apresentou redução da procura das pacientes para realização dos exames periódicos, como a mamografia, e assim como nos diagnósticos e tratamentos cirúrgicos”, diz.

Ela ainda observa que a maior incidência de câncer de mama é nas mulheres e reforça a importância da prevenção. “Deveremos manter o cuidado conosco e com as mulheres ao nosso redor. Não deixando de realizar os exames de acompanhamento como a mamografia”, ressalta.

A campanha deste ano disponibiliza 1,6 mil exames na rede pública de saúde. O encaminhamento é feito pelo corpo de enfermagem das Unidades Básicas de Saúde (UBSs), não sendo mais necessário que a mulher passe antes por um médico. É só comparecer na unidade mais próximo para fazer o pedido e agendamento da mamografia.

NO PAÍS

As últimas estimativas do Instituto Nacional do Câncer (Inca) apontam 66 mil novos casos de câncer de mama no Brasil até o final deste ano.

Os exames preventivos são fundamentais e a baixa procura pela mamografia preocupa as autoridades, já que o exame é considerado o método mais eficaz para detecção. Segundo dados da Sociedade Brasileira de Mastologia (SBM), houve queda de 70% na presença de mulheres nas unidades hospitalares.

Outro indicador, o do DataSus, aponta que mais um milhão de mulheres deixaram de fazer seus exames em 2020 e, de acordo com o "Radar do Câncer", desenvolvido pelo Instituto Oncoguia, em 2020, houve queda de 50% de mamografias realizadas em comparação com 2019.

Como fazer o autoexame da mama

- Em frente ao espelho, com os braços abaixados ao longo do corpo, verifique se há alterações nas mamas.

- Em frente ao espelho, levante os braços, coloque as mãos na cabeça e observe se ocorre alguma mudança no contorno das mamas ou no bico.

- Em frente ao espelho, repita a observação com as mãos na cintura e apertando-a.

- Deitada, coloque a mão esquerda atrás da cabeça e deslize os dedos indicador, suavemente em movimentos circulares pela mama esquerda, axila esquerda. Repita o movimento usando a mão direita para examinar a mama direita e acima das mas mamas.

- Deitada, esprema o mamilo delicadamente e observe se sai qualquer secreção.

A observação de alterações na pele ou no bico da mama, de nódulos ou espessamentos e de secreções mamárias, não significa necessariamente a existência de câncer. O hábito de realizar o autoexame mensalmente fará com que você conheça a sua mama, identificando rapidamente qualquer alteração.

Ao perceber qualquer alteração nas mamas, procure uma unidade de saúde. O autoexame deve ser realizado uma vez por mês, na semana seguinte ao término da menstruação. As mulheres que não menstruam devem determinar um dia específico para repetir o autoexame todo o mês. (Fonte: Santa Casa de Limeira)