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Consciência Negra: aprofundar conhecimento, reflexão e ação

Hoje, Dia da Consciência Negra, é uma data para reconhecer e valorizar a luta dos negros e sua contribuição para sociedade. A presidente do Conselho Municipal dos Interesses do Cidadão Negro (Comicin), Dirce Prado, ressalta que a data é algo prazeroso e, ao mesmo tempo, triste. “Pensando num tempo prazeroso é porque é um mês de reflexão sobre a consciência negra e o que significa. Aí vem a parte que ficamos bastante tristes porque muitos ainda vêm como uma data pontual em questões do negro para o negro, e não é isso”, pontua.

Ela ressalta que essa reflexão vem ao encontro de trabalhar durante o ano todo a questão do negro de não apenas na data. “No 20 de novembro é feito uma junção para que a gente possa concluir os trabalhos que foram desenvolvidos sobre as temáticas, aprofundamento, pesquisas, atividades e ações durante o ano todo sobre a população negra. Esse sim é o conceito maior do dia”, diz.

Dirce salienta que a data, logicamente, lembra do grande líder Zumbi dos Palmares, que morreu em 1695 e deixou esse legado, ao povo negro e todas as outras etnias, sobre resistência da população, que é fazer aquilo que têm por direito, como as ações afirmativas e eliminar o racismo. “Isso não depende somente do povo negro, mas de cada um de nós. Temos que eliminar o racismo de uma forma que eu aceite que sou racista, independentemente da cor da pele. Todos nós somos racistas, mas de que tipo de racismo. Eu, por exemplo, sou racista no sentido de que tenho, cada vez mais, dialogar sobre essa temática com diversas etnias para que possamos aprofundar, aprender e ensinar. Isso é cidadania, é conceito sobre consciência negra. É importante ter essa visão clara dentro de nós, no sentido de estudar e conhecer. É por isso que vem o racismo, a gente desconhece o fato de quanto o negro contribuiu e contribui para população brasileira”, reflete.

Dirce ainda questiona sobre o racismo estar em todas as redes sociais e mídias. “Mas somente em 20 de novembro refletimos e falamos sobre essa questão? Não, o racismo acontece até mesmo pelo olhar. Somos aquilo que somos pelo caráter que adquirimos”.

Para ela, a data deve ser celebrada, mas sem questionamentos. “O Natal é comemorado e ninguém questiona porque é um renascimento, uma reflexão em Cristo Jesus, independentemente da religiosidade, da cor da pele, da cultura. Da mesma forma deve ser no mês da consciência negra. Aprofundar conhecimento, reflexão e ação”.

 

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