O mês de dezembro, tradicionalmente conhecido pelas chuvas, tem início de forma bastante atípica em Limeira. Os primeiros dias do mês têm sido secos, mantendo a tendência de 2021, que por nove meses registrou o volume de chuvas abaixo das médias climatológicas. No acumulado do ano, as chuvas no município estão 26% inferiores à média histórica.

De janeiro a novembro, a cidade teve um acumulado de 835 milímetros, de acordo com dados do monitoramento pluviométrico do rio Jaguari, responsável pela captação da água que abastece a cidade, e da Estação de Tratamento de Água (ETA) do município. A média histórica para o período é de 1.131 milímetros de chuva.

O mês de novembro registrou apenas 96 milímetros de chuva na cidade. Esse índice pluviométrico é 51% inferior ao registrado em 2020, quando no mesmo mês foram contabilizados 197 milímetros de chuva. No comparativo com 2014, ano da pior crise hídrica já vivenciada no Sudeste, o volume de chuvas de 2021 chega a ser 13% inferior. Naquela ocasião, novembro teve o registro de 110 milímetros de chuva.

E, de acordo com o portal Climatempo, os limeirenses podem se preparar para um dezembro quente e de poucas chuvas, o que mantém a cidade numa condição de alerta em relação às captações para o abastecimento público. A concessionária BRK, responsável pelos serviços de água e esgoto de Limeira, reforça a orientação para o uso consciente de água. Os mananciais de captação de água do município, o rio Jaguari e o ribeirão Pinhal, seguem em atenção.

Condição do abastecimento ainda é de atenção

O rio Jaguari está com 13,0 m3/s (metros cúbicos por segundo) de vazão, sendo que a vazão mínima necessária para captação é de 1,0m3/s. O ribeirão Pinhal se encontra com 60% da capacidade atual. Neste ano, durante o período mais crítico da estiagem, o Jaguari chegou a uma vazão inferior ao mínimo necessário para captação e o ribeirão Pinhal precisou do auxílio da represa Salto do Lobo, uma reserva de água estratégica adotada mediante decreto municipal. Apesar das vazões atuais dos mananciais terem se elevado na comparação com o período mais crítico, a condição do abastecimento ainda é de atenção devido às instabilidades do período e da qualidade da água dos rios.

“Vivenciamos um novo ano atipicamente seco. O cenário é bastante semelhante a 2014, com pouco volume de chuvas e impacto nos mananciais de captação, e o que temos observado é um certo ‘relaxamento’ quanto ao consumo de água. Reforçamos que apesar da chegada do mês das chuvas, o momento ainda é de atenção e precisamos todos fazer o bom uso da água. É uma medida necessária e de interesse de todos, concessionária e população”, afirma Rogério Lima, gerente de operações da BRK em Limeira.

No município, o consumo médio por habitante/dia neste ano (de janeiro a novembro) foi de 178,2 litros, o que significa que cada pessoa tem consumido, pelo menos, 68 litros de água a mais por dia que o recomendado pela Organização das Nações Unidas (ONU); que diz que cada pessoa necessita de cerca de 110 litros de água por dia para atender às necessidades de consumo e higiene. No comparativo com os dados do último diagnóstico do Sistema Nacional de Informações sobre Saneamento (SNIS), Limeira também apresenta um consumo per capita acima da média da região Sudeste, que é de 174,4 litros de água por habitante/dia.

A concessionária lembra que pequenas atitudes fazem uma grande diferença no uso e na preservação dos recursos hídricos. “Na rotina de casa, nos afazeres domésticos, é possível evitar o desperdício usando a máquina de lavar na capacidade adequada para o volume de roupas, utilizar a água do tanque para lavar quintal e varanda, usar o balde para lavar calçadas e carros em vez de mangueira, molhar as plantas com um regador removível e econômico, de preferência no início da manhã ou à noite, fechar as torneiras ao escovar os dentes e ensaboar as louças e, principalmente, não demorar nos banhos”, reforça o gerente.