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“Prefeitura vai fechar as portas para a Educação Especial”, denunciam mães

A Sala de Recursos que atende alunos para educação especial no EJA de Limeira vai encerrar as atividades a partir de 2022. A denúncia é de mães de alunos com TEA (Transtorno do Espectro Autista) que foram comunicadas, em setembro, sobre a exclusão do suporte pedagógico na unidade municipal localizada na na sede da Secretaria da Educação.

De acordo com Simone Palermo, a Prefeitura “vai fechar as portas para a educação especial”. O filho Nicholas, de 21 anos, era atendido desde 2015 na unidade. Ela conta, que cerca de 30 alunos recebiam atendimento, mas que aos poucos os pais foram comunicados sobre o encerramento das atividades.

“O Nicholas estava em processo de alfabetização, por ser período diurno, o atendimento facilitava seu desenvolvimento. Durante uma reunião com a equipe gestora, fui informada que o EJA não atenderia mais os alunos especiais e que eles seriam remanejados para as escolas da rede estadual. Não foi dada nenhuma justificativa, eles simplesmente vão encerrar o único atendimento para a educação especial na cidade”, explica.

Ela afirma que os pais foram orientados a matricularem os filhos na rede estadual de ensino que também oferece Educação de Jovens e Adultos, mas apenas no período noturno. “Meu filho tem crises de convulsão e toma medicamento forte. Ele não consegue estudar a noite. Sem contar, que não podemos acompanhá-los e todo esse processo de mudança dificulta seu desenvolvimento. Não sabemos mais a quem recorrer”, disse.

Elaine Francino Sebastião é mãe do João Vitor, de 21 anos, com TEA. Ela também relata o descaso com o atendimento para alunos especiais. “A equipe informou que apenas a sala de educação especial será encerrada, ou seja, os adultos de outras salas atendidos aqui não serão prejudicados. O que nos revolta, é que apenas essa unidade atenda nossos filhos e que não receberemos nenhum suporte da Prefeitura. No CEMA, o atendimento é de apenas 30 minutos. Nenhuma transferência foi feita, eles apenas querem a assinatura de um termo onde alegamos no papel que os alunos já podem ser atendidos em unidades da rede estadual”, destaca.

A Secretaria Estadual de Educação informou que as escolas estaduais podem dar suporte aos alunos com atenção especial e orienta os pais a procurarem as unidades para mais informações. No entanto, a rede só oferece as aulas no período noturno. “O João Vitor também recebe medicamento e não vai conseguir ficar acordado. Sem contar o transporte e a adaptação”, informa.

A Akiko Moromizato é mãe da Kame, que também tem autismo. Ela relata que a filha também é atendida no local, mas que ainda nem foi comunicada sobre o encerramento das atividades a partir de 2022. “Fiquei sabendo por outros pais que os filhos com autismo serão transferidos para escolas públicas no período noturno. Como que uma pessoa com autismo consegue ir sozinha a noite estudar? Não tem condições”, disse.

Ela afirma que os alunos passaram por uma avaliação e foram categorizados em T1, T2, T3 e T4. “A Kame começou agora a fazer letras. O autismo tem um aprendizado muito lento, então se fosse categorizar a Kame ela seria T1. Porém, eles categorizaram ela no T4, sendo que ela não lê e não escreve. Ainda estou aguardando essas avaliações, por que até agora não recebi nada e também nenhum comunicado”, destaca.  

A Prefeitura de Limeira foi questionada sobre o fechamento da Sala de Recursos no EJA de Limeira, mas não enviou nenhuma nota oficial sobre o assunto até o fechamento desta edição.

 

 

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