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Inflação desacelera e pode aliviar o bolso dos consumidores em 2022

O índice IPCA+15 que é considerado uma prévia da inflação oficial, foi divulgado na data de ontem (26) pelo IBGE. O índice teve alta de 0,58% em janeiro comparado ao mês de dezembro, resultado que mostra uma desaceleração frente ao mês de novembro que foi de 0,78%, porém acima da expectativa do mercado que era de alta de 0,45%. No acumulado dos últimos 12 meses a inflação prévia foi de 10,04%.

O valor é o maior desde 2015, mas o economista Leandro Zanetti, gestor da Manhattan Investimentos I XP de Limeira destaca que o quadro inflacionário em 2022 pode ser menos negativo, apesar dos riscos. Além da pandemia, o ano de 2021 ainda enfrentou um cenário da alta do dólar e do preço das commodities e da crise hídrica, que causou impacto na área energética interna. 

A inflação que foi muito alta nos últimos 12 meses e vem sendo sentida no bolso de todos os brasileiros, principalmente os mais humildes, pode ter um alívio no ano de 2022. “A projeção do mercado financeiro, através do boletim FOCUS do Banco Central é que a inflação (IPCA) para 2022 seja de 5,15%, reportado no relatório de 21 de janeiro, próximo ao teto da meta de inflação do Banco Central que é de 5% ao ano. Essa projeção traz esperança ao povo brasileiro de que esse terrível problema com a inflação possa ser amenizado nesse ano”, destaca.

O IPCA tem por objetivo medir a inflação de um conjunto de produtos e serviços comercializados no varejo, referentes ao consumo pessoal das famílias. Esta faixa de renda foi criada com o objetivo de garantir uma cobertura de 90% das famílias pertencentes às áreas urbanas de cobertura do Sistema Nacional de Índices de Preços ao Consumidor - SNIPC. “O IPCA é um índice econômico que mede os preços de uma cesta de produtos e serviços, tendo como referência o consumo pessoal das famílias, como por exemplo: Alimentação, transporte, vestuário, etc”, explica Zanetti.

O índice teve alta de 0,58% em janeiro comparado ao mês de dezembro, resultado que mostra uma desaceleração frente ao mês de novembro que foi de 0,78%, porém acima da expectativa do mercado que era de alta de 0,45%. No acumulado dos últimos 12 meses a inflação prévia foi de 10,04%.

Oito dos nove grupos de produtos e serviços pesquisados tiveram alta em janeiro. A exceção foram os Transportes, cujos preços recuaram 0,41%, após a alta de 2,31% em dezembro. O maior impacto no índice do mês (0,20 p.p.) foi de Alimentação e bebidas (0,97%), que acelerou frente ao mês anterior (0,35%). Na sequência, vieram Saúde e cuidados pessoais (0,93%) e Habitação (0,62%), que contribuíram com 0,12 e 0,10, respectivamente. Já as maiores variações foram de Vestuário (1,48%) e Artigos de Residência (1,40%).

O governo federal usa o IPCA como o índice oficial de inflação do Brasil. Portanto, ele serve de referência para as metas de inflação e para as alterações na taxa de juros. Sua cesta de compras, ou seja, os produtos e serviços que você consome regularmente, pode ser bem diferente da cesta média da população brasileira. Com isso, o seu índice pessoal de inflação pode ser maior ou menor do que o IPCA. Por exemplo, uma família que não consome carne vermelha e não tem filhos em idade escolar terá, com certeza, um índice de inflação pessoal diferente do oficial, cujo cálculo coloca peso considerável na variação do preço da carne e da mensalidade escolar.

“O objetivo do índice é medir se essa cesta de produtos está com a média dos preços em alta ou em baixa para a população e se o governo deve tomar alguma medida a respeito, para proteger o poder de compra da população. Sendo um termômetro importante, onde controlado pode ser saudável e descontrolado pode ser muito perigoso”, explica.

Na próxima semana (1º e 2 de fevereiro) o comitê de política monetária (COPOM) do Banco Central irá se reunir para decidir sobre o futuro da taxa SELIC. A expectativa do mercado e o comunicado pelo COPOM na última ata de dezembro é que ele irá subir a taxa de juros SELIC em 1,50%, passando de 9,25% para 10,75% ao ano. “Porém ele pode sinalizar que o ciclo de altas na SELIC pode estar próximo do fim, pois o objetivo das altas dos juros é segurar a inflação que vem aparecendo nos últimos índices”, disse.

 

 

 

 

 

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