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Limeirenses terão livro publicado em concurso de Porto Alegre

O 7º Concurso Rovílio Costa – História de Famílias Italianas no Brasil promovido em Porto Alegre incentiva a preservação da história das famílias italianas que emigraram para o Brasil. Entre os selecionados deste ano, o professor de história de Limeira, Marcos Bigotto, terá sua pesquisa publicada em um livro, cuja noite de autógrafos ocorrerá na Feira do Livro de Porto Alegre, em novembro.

O concurso que já lançou seis publicações, destaca mais de 140 histórias sobre centenas de famílias, que resgataram, através de pesquisas, suas ascendências para futura memória. O projeto tem coordenação da Editora Est e idealizado pela advogada e tradutora pública Claudia de Ávila Antonini. O concurso homenageia o ilustre editor Rovílio Costa um dos precursores das histórias de famílias italianas no Brasil.

Há 30 anos, Marcos pesquisa a genealogia da família Bigotto e as origens do povo vêneto. “Inclusive esse tema foi meu TCC da faculdade de História”, conta. A curiosidade vem desde à infância. “Sempre quis conhecer a origem do meu sobrenome, aos poucos consegui reunir descendentes e nos últimos anos promovemos uma confraternização com mais de 200 pessoas de vários estados do país”, conta.

Por meio de sua página ‘Sangue Vêneto no Brasil’, no Facebook, o professor da Escola Estadual José Marciliano da Costa Junior soube da existência do concurso literário. Resolvi então resumir meu TCC da faculdade e enviar para a Editora Est, responsável pelo concurso, uma vez que o Concurso Rovílio Costa homenageia seu fundador. Para minha surpresa, tivemos dois trabalhos de Limeira selecionados. O meu, intitulado de "A Imigração Vêneta e a Chegada dos Bigotto ao Brasil", e o do professor José Ricardo Turquetti, intitulado " 10.000 Km e 131 anos: A História da Familia Turchet "Consemo" desde Palse di Porcia-PN até Limeira-SP", destacou.

Foram 30 trabalhos selecionados que serão incluídos em um livro, cuja noite de autógrafos ocorrerá na Feira do Livro de Porto Alegre, em novembro. “A importância de sermos selecionados nesse concurso é poder colaborar e compartilhar a história da imigração vêneta, não só no sul, mas também em São Paulo, pois esse concurso surgiu, a princípio, para promover a preservação da História das famílias italianas que povoaram o Rio Grande do Sul”, destaca.

A IMIGRAÇÃO VÊNETA

Em seu resumo, o professor destaca que a emigração veneta para a América no final do século XIX e é resultado de três importantes precedentes históricos que ocorreram na Europa: As Guerras Napoleônicas, a industrialização e a Unificação da Itália. No Brasil, o ano de 1875 é o marco do começo da grande imigração italiana, tendo como ápice o período entre 1880 e 1930.

Segundo estimativas da Embaixada Italiana no Brasil vivem no país cerca de 25 milhões de descendentes de imigrantes italianos. Os ítalo-brasileiros estão espalhados principalmente pelos Estados do Sul e Sudeste do Brasil e quase a metade no Estado de São Paulo. Sendo assim, os ítalo-brasileiros são considerados a maior população de oriundi (descendentes de italianos) fora da Itália.

Nas mesmas condições que milhares de refugiados italianos do Vêneto e de outras regiões da Itália chegaram à América, a Família Bigotto chegou ao Brasil no dia 17 de junho de 1891, desembarcando do navio Solferino, no Porto de Santos. “Meu bisavô, Luigi Bigotto, nasceu mais precisamente em 13 de fevereiro de 1866 em Fossalta di Piave e casou-se com também em Fossalta di Piave no dia 14 de novembro de 1889, com Antonia Miotto, natural de Mansuè, província de Treviso. Os descendentes de Francesco Bigotto atualmente estão espalhados pelo Interior do Estado de São Paulo, principalmente nas cidades de Americana, Rio das Pedras, Santa Barbara d'Oeste e São Paulo Capital. Os descendentes de Luigi Bigotto atualmente estão espalhados no Interior de São Paulo, principalmente nas cidades de Barra Bonita, Limeira, Piracicaba, Americana, Iracemápolis entre outras”, conta.

 

Para pesquisa de seu livro, professor viaja à Itália

José Ricardo Turquetti é Doutor em Química e leciona no IFSP/Capivari. O limeirense, que também teve seu trabalho selecionado no concurso, contou que o interesse por história virou uma de suas paixões. “Venho me dedicando a esta pesquisa desde 2004 e todo esse material será lançado em um livro”, conta.

Em 2019, antes da pandemia do coronavírus, Turquetti viajou até a Itália para conhecer as regiões de seus antepassados. “Foi uma viajem enriquecedora, onde pude conhecer a casa onde meus antepassados nasceram e viveram. O lugar tem mais de 200 anos”, conta. A família foi recebida pelo prefeito de Porcia, onde está localizado o distrito de Palse e por sua viagem, também foi destaque em uma reportagem do Messaggero Veneto.

Enquanto reunia seu material para a elaboração do livro, Turquetti descobriu o concurso através das redes sociais. “Resolvi inscrever o resumo da pesquisa e felizmente fui selecionado”, disse. Tanto José Ricardo, quanto Marcos, confirmaram presença no lançamento do livro em novembro. “Limeira será bem representada tendo sua cultura e parte da sua história neste projeto”, afirma.

 

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