Uma das mais tradicionais entidades de Limeira, com 70 anos de fundação, vai fechar suas portas ainda neste primeiro semestre. Segundo entrevista à Gazeta, o presidente do Nosso Lar, Leonardo Arruda, informou que a medida visa o cumprimento de uma legislação sobre serviços de acolhimento de crianças e adolescentes.

Atualmente, 20 crianças são atendidas no local e deverão ser remanejadas para outras entidades da cidade, sendo uma delas a Aldeia. “Infelizmente estamos lutando com essa legislação desde 2009, já para seguir com o acolhimento teríamos que dividir essas crianças em dois espaços mistos, o que não concordamos”, destaca.

A prioridade, segundo Arruda, é prestar atendimento psicológico às crianças atendidas para encaminhá-las a outras instituições. “Esse processo será feito com calma, com carinho e com previsão de até seis meses. Queremos agradecer também o apoio de toda a população nessas 7 décadas de serviços prestados”, disse.

O Nosso Lar, Serviço de Assistência à Criança foi fundado em 1948 por um grupo de senhoras, tendo à frente Lucinda Tank Kühl, que sentiu a necessidade de acolher e educar meninos órfãos. “Dona Lucinda” ou “Mamãe Lucinda” como era conhecida, se comoveu com a situação em que viviam crianças e adolescentes pelas ruas da cidade e, durante quatro anos, ela e seu esposo acolheram 19 meninos em sua casa, arcando com todas as despesas.

O prédio foi construído entre os anos de 1950 e 1952 e inaugurado em 30 de março de 1952. A entidade chegou a abrigar mais de 100 meninos durante décadas. Vale esclarecer que dos proventos necessários ao funcionamento da instituição, 75% são provenientes de doações e eventos, sendo sempre necessário agradecer a todos que colaboram com a instituição.

O presidente ainda afirma que novos projetos serão prestados para a população. “Nosso objetivo é criar uma rede de assistência. O Nosso Lar existe antes mesmo da criação do Ceprosom. O atendimento da entidade será encerrado, mas a mantenedora pretende criar novas atividades para atender famílias de baixa vulnerabilidade social”, informa.