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Surto de gripe e morte suspeita eleva preocupação com crianças

A morte suspeita de uma criança de 2 anos em Limeira, por Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG), acendeu um alerta aos pais em relação aos sintomas gripais. Com a preocupação, o número de atendimento do Pronto Socorro vem aumentando e levando a mais de 4 horas de espera. A médica pediátrica Jéssica Lopes Ramos enfatizou os principais sintomas e quando os pais devem procurar o atendimento emergencial. 

O Boletim Infogripe da Fiocruz, divulgado ontem apontou um aumento de 135% no número de casos de Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG) no Brasil. O número de casos passou de 5,6 mil para 13 mil, entre as últimas três semanas de novembro e as três últimas semanas.

As crianças pequenas são sempre as mais afetadas pelas doenças respiratórias, devido a sua imunidade, pois ainda está em processo de amadurecimento. Saber diferenciar os quadros de Influenza e Covid-19 também vem sendo uma batalha entre os pediátricos, por isso os pais também devem redobrar a atenção aos principais sintomas.

Entre os principais sintomas da Síndrome Gripal, está o quadro respiratório agudo, caracterizado por pelo menos dois dos seguintes sinais e sintomas: febre (mesmo que referida), calafrios, dor de garganta, dor de cabeça, tosse, coriza, distúrbios olfativos ou distúrbios gustativos. Em crianças, além dos itens anteriores, considera-se também obstrução nasal, na ausência de outro diagnóstico específico.

Em caso de Covid-19, o Ministério da Saúde informou que as manifestações clínicas são geralmente mais leves em crianças do que em adultos. No entanto, em 26 de abril de 2020, o Sistema Nacional de Saúde Inglês (NHS) lançou um alerta relatando uma nova apresentação clínica em crianças, caracterizada como uma síndrome hiperinflamatória que pode levar a um quadro de falência de múltiplos órgãos e choque, denominada Síndrome Inflamatória Multissistêmica Pediátrica (SIM-P) temporalmente associada à Covid-19.

Considera-se a Síndrome Respiratória Aguda Grave (Síndrome Gripal que apresente dispneia/desconforto respiratório ou pressão persistente no tórax ou saturação de oxigênio menor que 95% em ar ambiente ou coloração azulada de lábios ou rosto). Para crianças, os principais sintomas incluem taquipneia (maior ou igual a 70 rpm para menores de 1 ano e maior ou igual a 50 rpm para crianças maiores que 1 ano), hipoxemia, desconforto respiratório, alteração da consciência, desidratação, dificuldade para se alimentar, lesão miocárdica, elevação de enzimas hepáticas, disfunção da coagulação, rabdomiólise, cianose central ou SpO2 <90-92% em repouso e ar ambiente, letargia, convulsões, dificuldade de alimentação/recusa alimentar. A médica respondeu as principais dúvidas em relação aos sintomas:

Quais os principais sintomas alarmantes em crianças?

Temos que ficar alertas aos principais fatores de risco. Na criança recém-nascida, qualquer pico febril com temperatura acima de 37.8 tem que ser trazida ao Pronto Socorro. Em bebês de até três meses, eles também precisam ser avaliados.

O que devemos ficar atentos?

Se a febre persistir por mais de 72 horas, ou seja, três dias de febre os pais devem trazê-los para serem avaliados. Outros sintomas associados como, por exemplo, se uma criança teve convulsão junto com a febre, ela precisa ser atendida no Pronto Socorro.

Além da febre, quais outros fatores devem ser avaliados?

Se a criança ficou apática, ou apresentou outros sinais como desconforto respiratório, como ficar ofegante com algumas atividades e sentir falta de ar. Elas também devem ser avaliadas.

Crianças com comorbidades precisam de mais atenção?

Sim, comorbidades como bronquite, asma, ou que já tenha um histórico de problema cardíaco associado, são mais propensas e devem ser atendidas com urgência caso tenham algum desses sintomas.

A perda alimentar também está associada a sintoma grave?

Se a criança não está comendo, é preciso reforçar a hidratação. Em casos como 12 horas sem urinar, apresentar olho fundo, boca seca e apática, elas devem ser trazidas para uma avaliação melhor e para o processo de hidratação. Em caso de bebês, se a fontanela estiver funda, também é um sintoma que deve ser avaliado aqui.  

Quais as principais medidas de prevenção?

É fundamental lavar bem as mãos com água e sabão, uso de álcool gel para higienização, manter ambientes ventilados e evitar o contato com pessoas gripadas ou resfriadas. Além disso, é importante evitar aglomerações.  

 

A médica pediátrica Jéssica Lopes Ramos respondeu

as principais dúvidas

 

 

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