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Mapa da água aponta substância cancerígena acima do limite em Limeira

O mapa da água divulgado nesta semana pelo Repórter Brasil revela que, na água de Limeira foram detectadas substâncias cancerígenas que geram riscos à saúde. As informações são de testes feitos pelas empresas de abastecimento que foram enviados ao Sisagua, banco de dados do Ministério da Saúde.

Segundo o relatório, entre 2018 e 2020, a substância “ácidos haloacéticos” foi encontrada acima do limite. Os ácidos dicloroacético, tricloroacético, bromoacético e dibromoacético são classificados como possivelmente cancerígeno para humanos pela Agência Internacional de Pesquisa em Câncer (IARC), órgão da Organização Mundial da Saúde.

Em altas concentrações, os ácidos haloacéticos também podem gerar problemas no fígado, testículos, pâncreas, cérebro e sistema nervoso. Os ácidos haloacéticos são classificados como subprodutos da desinfecção, formado quando o cloro é adicionado à água para matar bactérias e outros microorganismos patogênicos.

O mapa traz todos os resultados computados no Sisagua para agrotóxicos, substâncias orgânicas, inorgânicas, parâmetros radioativos e, o grupo que se revelou mais problemático: os subprodutos da desinfecção, que são substâncias indesejáveis geradas a partir do processo de tratamento da água. São 65 substâncias no total.

Quando essas substâncias estão acima do limite, a água é considerada imprópria para o consumo. Nesses casos, as instituições de abastecimento deveriam informar a população sobre o problema, assim como sobre as medidas tomadas para resolvê-lo. As “substâncias com os maiores riscos de gerar doenças crônicas, como câncer” são as que têm maior evidência de risco à saúde.

Também foram listadas mais de 30 substâncias consideradas dentro do limite de segurança, tais como arsênio, chumbo, níquel, cianeto, além de agrotóxicos e atividades radioativas. Todas podem ser consultadas pelo link: https://mapadaagua.reporterbrasil.org.br/municipios/sp/limeira.  

Os critérios para fixar os limites de segurança para cada substância na água são do Ministério da Saúde, assim como a lista de substâncias que devem ser testadas na água de 2 a 4 vezes por ano. Os riscos são maiores para quem bebe a água imprópria de forma contínua, ou seja, diversas vezes ao longo de meses ou anos.

POSICIONAMENTO DA BRK

A BRK, responsável pelos serviços de água e esgoto em Limeira informou em nota que segue rigorosamente as diretrizes de potabilidade estabelecidas pela Portaria 888/2021 do Ministério da Saúde. “A cidade é uma das poucas no Brasil a contar com um Plano de Segurança da Água (PSA), programa estruturado que visa assegurar a qualidade da água, desde sua captação até sua distribuição à população”, disse.

Em Limeira são realizadas, em média, mais de 7.700 mil análises mensais em todo o sistema de distribuição. “A população pode acompanhar os resultados destas análises em relatórios mensais que são disponibilizados no site da concessionária - www.brkambiental.com.br/limeira”, destacou.

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