O representante do grupo “Inclusão já” de Limeira, formado por pais de autistas, José Milton Rodrigues de Melo divulgou, na última segunda-feira, a campanha “Lugar de autista é em toda a rede pública” na Tribuna Livre da Câmara de Vereadores. “O tema da campanha desse ano se trata de inclusão. Pensando como, de que maneira e com quem o autista deve estar e observando as demandas que existem no nosso município em relação ao tema. Por isso estamos divulgando essa iniciativa”, disse o representante à Gazeta.

Milton destacou que a Câmara de Limeira criou na cidade o dia de conscientização do autismo um ano antes da Lei Federal 12.764/2012, que instituiu a Política Nacional de Proteção dos Direitos da Pessoa com Transtorno do Espectro Autista (TEA). Ele afirmou que os gestores públicos não estão considerando a gravidade da situação e não estão criando políticas públicas para o atendimento das pessoas com TEA. “É preciso um trabalho em rede, principalmente no tripé família, saúde e educação. Se essas partes não estiverem dialogando e buscando condições para que se realize uma inclusão de fato, essa inclusão não será realizada”, alertou. 

Desde 2017, quando houve a Audiência Pública referente ao TEA, pais e familiares de autistas aguardam das autoridades um posicionamento para a solução dos atendimentos necessários para os filhos que dependem da rede pública de saúde e de educação. “Os pais e familiares estão estressados, adoecidos, abatidos e muito decepcionados com os governantes, que até o momento não se conscientizaram nem se posicionaram de forma séria e responsável no sentido de buscar uma solução para o enfrentamento do problema que tem se tornado grave e insuportável”, enfatiza.

O Grupo Inclusão Já deseja através dessa campanha, conscientizar e buscar o apoio de toda sociedade, principalmente dos gestores públicos de Limeira para que possam resolver essa situação de forma urgente, pois já está se tornando um problema humanitário. “A Secretaria de Educação informou recentemente que dos 720 alunos com deficiência matriculados na rede pública do município, 237 são autistas, o que corresponde a 1/3 dos alunos com deficiência. Por conta disso, muitos autistas estão ausentes do ambiente escolar por falta de atendimento especializado. Já estamos chegando no meio do ano, houve a contratação dos monitores, mas muitas escolas ainda não dispõem desses profissionais”, destaca.