Tendo como base pedagógica os pilares do conceito de desenvolvimento sustentável, por Lei, a educação ambiental é um “componente essencial e permanente da educação nacional, devendo estar presente, de forma articulada, em todos os níveis e modalidades do processo educativo, em caráter formal e não formal”. Assim consta no Artigo 2 da Lei Federal n° 9.795. Para os profissionais que atuam na área, é muito mais que educar e conscientizar. É incentivar e se comprometer, desde muito cedo, a preservar o meio ambiente através de ações sustentáveis. É agir no dia-a-dia. “Pensar verde”.

Assim descreve o gestor ambiental José Carlos Pereira que trabalha há mais de 30 anos em projetos e ações sociais em Limeira. O limeirense que é um dos pioneiros em projetar hortas em escolas públicas já desenvolveu espetáculos teatrais, projeto técnico no aterro sanitário e vem levando a educação ambiental para todas as idades. “Sempre encarei os desafios de levar a educação ambiental de uma forma prática, mas é de extrema importância que a teoria também seja um fator. Não basta que uma criança plante uma muda. Ela precisa entender a importância que essa árvore representa para o futuro do meio ambiente”, explica.

Em 2016, José Carlos recebeu da Câmara Municipal de Limeira o Prêmio Ecologia e Ambientalismo pelos projetos voltados para educação de crianças, jovens, adultos e terceira idade. Em 2006, o gestor implantou um projeto na Escola Municipal de Educação Infantil Waldemar Lucato. “Graças ao apoio da iniciativa privada, conseguimos desenvolver uma horta sustentável e a partir de então, o projeto foi se expandindo nas escolas”, conta.

O limeirense também foi um dos idealizadores de um espetáculo infantil com bonecos e cenários interativos, sobre educação ambiental. “Esse projeto percorreu escolas e entidade da região. Nesta época não havia projetos de iniciativa pública nas escolas. As crianças conseguem ter um olhar mais atento as questões do meio ambiente. É incrível poder trabalhar com esse público”, destacou o educador.

José Carlos também é conhecido por suas árvores de Natal recicláveis. Há anos, ele constrói ornamentos com pneus ou garrafas PET em diversos locais públicos. “Se as pessoas soubessem o quanto se pode fazer com produtos recicláveis, nosso aterro não estaria tão abarrotado e inutilizado”, afirma. Falando em aterro, o educador também já realizou um projeto técnico no local. “Foi uma época difícil na minha vida, onde tive que transformar esse período em aprendizagem. Mas dei a volta por cima, consegui implantar um projeto muito importante com professores e alunos de universidades. Quando se pensa em educação ambiental, tudo que fazemos é interligado. O nosso dia a dia é socioambiental”, disse.

Atualmente ele vem desenvolvendo o projeto Semear e Reciclar Hortaterapia. A oficina busca atender de forma simples, direta e responsável a população na contribuição e auxílio do bem estar e qualidade de vida. A oficina conta com materiais fitoterapicos, mudas de hortaliças e flores e variedades de sementes para plantio (incluindo terra, substrato e materiais orgânicos). O projeto é voltado principalmente à terceira idade. “Durante as aulas eu também aprendo muito. Esse público sempre viveu em contato com a terra, com as plantas e sabem o poder medicinal e terapêutico que emana das hortaliças. É uma troca de experiências”, disse.