A Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais (Apae) de Limeira vai completar no dia 27 de junho, 56 anos de atividades no município. Para marcar a data, a instituição promoveu, ontem, uma cerimônia especial, sendo o primeiro evento presencial desde o início da pandemia. A instituição atende hoje, 650 alunos. 

Atuando de forma preventiva e inclusiva, a Apae conta com 120 profissionais em equipes interdisciplinares, fazendo parte da rede de proteção social que é mantida através de recursos próprios, dos setores públicos e privado e do auxílio da comunidade, atendendo cerca de 700 pessoas mensalmente. 

Com a presença de autoridades locais, a cerimônia contou com a presença do prefeito Mario Botion (PSD), da vice-prefeita Erika Tank (PL), do deputado estadual Murilo Félix (Podemos), do deputado federal Miguel Lombardi (PL), presidente da Câmara, Sidney Pascotto, Lemão da Jeová Rafá (PSC) e demais vereadores e outras autoridades. 

O presidente da Apae, Aderbal Mansur, agradeceu a dedicação dos professores e voluntários. Como organização social sem fins lucrativos, vem enfrentando desafios para sua manutenção. Do total das despesas mensais, 29,34% são cobertos pelos recebíveis de convênios com os governos municipal, estadual e federal. Fica como tarefa da entidade, buscar os demais recursos, 70,66%, para completar as receitas. 

Mansur falou das dificuldades financeiras vividas pela instituição por causa da pandemia, uma vez que os eventos foram suspensos e com isso houve uma queda drástica na receita e de como foi possível contornar esse obstáculo para continuar oferecendo o atendimento na instituição. “Hoje é dia de agradecer tudo o que passamos, somos sobreviventes”, declarou. 

Não é de hoje que a Apae enfrenta momentos difíceis e de muita luta, diante da escassez de recursos. Em sua história, desde a década de 60 onde pais de crianças deficientes intelectuais buscavam atenção educacional em cidades vizinhas, até os anos 70 com uma iniciativa de estudantes da Faculdade de Serviço Social de Piracicaba e a mudança definitiva para uma sede própria, a instituição se orgulha em poder fazer parte de um ciclo, que muitas vezes, começa ainda nos primeiros meses de vida e por meio de atendimento médico, psicológico, educacional e profissional vê o avanço de seus usuários exercendo todos os seus direitos e deveres como cidadãos. 

Presidente fala sobre os desafios na pandemia 

Aderbal Mansur mencionou vários motivos para comemorar a data hoje. “Os aniversários da nossa entidade são sempre motivos para a gente celebrar, primeiramente, porque seguimos esse sonho das pessoas representadas há 56 anos pela presidente Olga Foster que lutaram pela criação de um local que trabalhasse pelas pessoas com algum tipo de deficiência em Limeira. Não apenas seguimos, mas seguimos fazendo o nosso melhor”, disse. 

Aderbal lembrou ainda a falta que essas celebrações fizeram nos últimos três anos. “Tivemos que ficar em casa, apreensivos, esperando ir embora uma pandemia que paralisou o mundo e aqui não foi diferente. Conseguimos atender, mesmo que não de forma presencial a maior parte das necessidades dos nossos 650 usuários e suas famílias, porque a assistência não poderia parar e aqui faço um agradecimento cheio de admiração aos nossos colaboradores que se reinventaram para dar conta do recado e deram. Ainda não temos a certeza de que estamos livres desse vírus, mas diante do que preconizam as autoridades de saúde estamos aqui, retomamos a nossa rotina de cerca de 7 mil atendimentos por mês”, afirma. 

“Foram dias muito duros durante a pandemia até porque perdemos a nossa maior fonte de renda que eram os eventos, mas não vejo motivos para nos lamentar e sim, comemorar toda forma de superação que não teria sido possível sem o primoroso auxílio da comunidade e também das esferas governamentais”.