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Dermatologista esclarece dúvidas sobre vitiligo

O vitiligo é uma doença que tem como característica a perda da cor da pele. Conforme dados da Sociedade Brasileira de Dermatologia, a doença atinge cerca de 1% a 2% da população mundial. Já no Brasil, estima-se que 0,5% dos brasileiros sofram com o quadro, totalizando mais de 1 milhão de pessoas. Em Limeira, a vereadora Constância Félix protocolou ontem, um requerimento para instituir a Semana Municipal de Conscientização e Orientação sobre o Vitiligo. 

Considerada uma desordem de pigmentação, o corpo passa a apresentar manchas com acromias, que são popularmente conhecidas como áreas completamente brancas. “Não sabemos até hoje todos os fatores que estão envolvidos no surgimento do vitiligo. Até o momento, sabemos apenas que é uma doença autoimune, ou seja, em que os linfócitos, que são células de defesas do organismo, reagem contra outras células do nosso corpo. No caso do vitiligo, as células-alvo são os melanócitos, que produzem melanina e dão cor à nossa pele”, explica Dr. Bruno de Castro, dermatologista.

As áreas mais comuns em que o vitiligo aparece são ao redor dos olhos, do nariz e da boca. As regiões genitais e áreas de extremidades, como mãos e pés, também são frequentemente acometidas. Apesar disso, a doença não fica concentrada apenas nestes locais, podendo atingir qualquer parte do corpo.

As lesões não se manifestam desde o nascimento, ou seja, não se nasce com vitiligo. O comum é que as manchas passem a aparecer em outras fases da vida. “É muito raro vitiligo congênito. Existem fatores genéticos, então, quando há alguém na família com o quadro, há risco de o paciente desenvolver quando adulto, por exemplo”, afirma Dr. Bruno.

Para o reconhecimento da doença, é necessária uma avaliação médica. “O diagnóstico é clínico. Isso significa que não é necessário nenhum exame para realizá-lo. O dermatologista analisa o paciente e, de acordo com as características, é possível identificar o vitiligo. Em alguns casos, se utiliza a lâmpada de Wood, com luz azul, que deixa as lesões mais evidentes e raramente é preciso biopsia”, ressalta o médico.

Por ser uma doença autoimune, o dermatologista destaca que outras doenças do grupo também podem estar associadas à saúde do paciente. Por isso, além do cuidado com o quadro, é necessário investigar enfermidades como hipotireoidismo, tireoidite de hashimoto, doenças da adrenal e diabetes mellitus tipo 1, entre outras.

CUIDADOS

Um dos cuidados necessários é o uso diário de protetor solar. Como nas lesões não há melanina, isso impacta em menos proteção contra radiação ultravioleta. “Os pacientes com vitiligo devem evitar traumatizar a pele, porque existe o Fenômeno de Koebner, ou seja, quando você tem um traumatismo na pele pode surgir lesões de vitiligo no local. Imagine um paciente com o quadro, que tem em seu braço uma queimadura ou um corte, naquele local pode sim surgir uma lesão de vitiligo. Então o ideal é evitar traumatismo”, finaliza o profissional. 

Limeira pode instituir Semana de Conscientização 

Em Projeto de Lei protocolado na Câmara Municipal, a vereadora Constância Félix (PDT) quer instituir a Semana Municipal de Conscientização e Orientação sobre o Vitiligo, a ser realizada, anualmente, na semana do dia 25 de junho, ocasião da comemoração do Dia Mundial de Combate ao Vitiligo. 

A Semana Municipal de Conscientização e Orientação sobre o Vitiligo integrará o Calendário Oficial de Eventos e terá como objetivos: sensibilizar sobre a discriminação sofrida pelas pessoas com os sintomas do vitiligo; promover espaço para discussão sobre a doença e interlocução através de manifestação dos gestores, conselhos, associações, ONGs e demais serviços que oferecem atendimento à pessoa com vitiligo; qualificar os profissionais de saúde para as ações de prevenção, diagnóstico, orientação e tratamento de cuidados com a pele e proporcionar intercâmbio entre a família, os usuários e os profissionais da área da saúde. 

Para o cumprimento do disposto nesta Lei poderão ser realizadas parcerias com as demais secretarias, faculdades, universidades, associações e conselhos representativos das categorias profissionais relacionadas ao tema, e ainda com outras entidades públicas ou privadas.

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