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Espetáculo limeirense entra em cena hoje no Festival Nacional de Teatro

No Festival Nacional de Teatro, representando Limeira nesta edição, o espetáculo “Lágrimas de Um Guarda-Chuva” é destaque na programação de hoje, às 20h, no Teatro Vitória “Emiliano Bernardo da Silva”. A peça do Grupo Levitar foi o grande vencedor da Mostra Municipal de Teatro 2022. 

Sob direção de Guto Oliveira, o espetáculo retrata de forma delicada um tema que sempre gera sensibilização e mobilização: a violência sexual infantil. Em entrevista para a Gazeta, o diretor enfatizou a importância de a peça representar Limeira nesta edição do Festival Nacional. “Receber o convite para representar o município, que foi feito através de uma seleção realizada na Mostra Municipal, significa ser uma resposta de que estamos no caminho certo para continuar crescendo e evoluindo como coletivo artístico. Visto que o nosso desejo é apresentar nossos trabalhos cada vez mais e para o maior número de público possível”, afirma. 

Os espetáculos do Grupo Levitar têm sempre como objetivo criar algo que não tenha somente a função de entretenimento, mas que também seja uma ferramenta lúdica de reflexão sobre assuntos relevantes e em pauta na sociedade. “Coincidentemente, no dia seguinte da nossa apresentação na Mostra Municipal, ficamos sabendo de uma notícia em Santa Catarina que nos imapctou, e que afirmou ainda mais essa função que a arte também pode proporcionar, que foi a denúncia de um abuso feito por uma criança após ela assistir uma peça de teatro que abordava o tema” conta Guto. 

O tema é bastante delicado e neste sentido, o diretor garantiu um cuidado redobrado em cena. “Eu diria que o espetáculo "Lágrimas De Um Guarda-Chuva" foi o maior desafio do Grupo, pois a forma que iríamos escolher para falar sobre isso, assim como o conteúdo do texto e do enredo, precisava ser muito bem lapidado. Nesta forma, realizando alguns ensaios abertos e junto com a orientação de um psicólogo convidado, optamos por abordar o tema de uma forma mais poética, metafórica e reflexiva no palco”, disse. 

No enredo, duas personagens, a razão e a emoção, num diálogo sobre as lembranças de atos consumados pelo lado instintivo e animal do ser humano retratam a constante luta e dúvida sobre lidar com as cicatrizes da pele e da alma, buscando uma maneira de se livrar das imundícies e da podridão do homem. Tudo faz parte do diálogo da lucidez com a insanidade, dentro de um cenário que expressa a contradição de um chão úmido, mas que brotam árvores secas. Tudo simboliza o contraste entre a vida e morte - caos que nunca se dissipam. A mensagem é o grito de uma alma ferida. 

Guto explica que o Festival Nacional de Teatro sempre foi uma vitrine para os grupos da cidade. “Ainda mais tendo a oportunidade de compartilhar a experiência com tantos grupos renomadas do país”, afirma.  Nesta edição, participam grupos de São Paulo, Recife, Presidente Prudente e Piracicaba. A programação segue até domingo, de forma gratuita, no Teatro Vitória. A realização é da Secretaria de Cultura, com apoio do Governo do Estado de São Paulo e Associação Paulista de Amigos da Arte, por meio do Retomada SP.

TEATRO DE RUA 

Além do espetáculo limeirense, às 15h, na Praça Toledo Barros, o Grupo Circo e Teatro Rosa dos Ventos, de Presidente Prudente (SP), dá vida para “As Artes do Rosa dos Ventos”. Celebrando 23 anos de arte de rua da companhia prudentina, a marca cômica e despojada é desenvolvida pelo grupo, refletidas por três palhaços, que saem pelo mundo arrancando risos e causando confusões a bordo de sua carroça moderna – uma van iconográfica.  

Um trabalho que é um misto de criações cênicas de circo e teatro de rua e que conta um pouco da trajetória do grupo. As apresentações acontecem com uma van-palco, sonorizada que carrega uma banda, formada pelos mesmos palhaços que atuam. As cenas se alternam entre o teto da van e o picadeiro montado no chão. Fazem parte do elenco: Tiago Munhoz, Fernando Ávila e Luis Valente. A direção é de Rosa dos Ventos. São 50 minutos de espetáculo e a classificação é livre. 

Dia do ator de teatro: diretor fala sobre os desafios de atuar 

No dia 19 de agosto, o Brasil homenageia os profissionais que atuam dentro e fora dos palcos: os artistas de teatro. Criada a partir do Decreto de Lei nº 6.533, de 24 de maio de 1978, que regulamenta as profissões de artistas e de técnico em espetáculos de diversões. Mesmo sendo regulamentada em maio, a Lei só entrou em vigor em 19 de agosto de 1978, por isso a escolha desta data para homenagear esses artistas. 

O teatro, assim como a arte em geral, enfrentou um dos maiores desafios nos últimos anos: a pandemia. Com a restrição de público, a plateia ficou vazia, mas com a quarentena, os artistas criaram formas de trazer um pouco de esperança, aos que sofreram nesse período, e com esse intuito, as transmissões ao vivo ganharam força e trouxeram esperança, não só aos artistas que enfrentaram dificuldades financeiras, mas ao público que recebeu alegria, arte e informação pelas telas do celular. 

Guto Oliveira começou no teatro no final do ensino médio. “Fui convidado por um grupo da cidade para participar na parte técnica e nos bastidores. Fui conhecendo este mundo maravilhoso e não consegui me desprender”, conta. Assim como tantos artistas, o diretor concilia duas profissões: o teatro e a informática. “Mesmo atuando em diversas áreas posso afirmar que a relação com as artes me ajuda em todos os campos das profissões, direta ou indiretamente”, conta.

 

 

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