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Raiva animal: entenda o porquê da doença ser fatal

Após 44 anos, o Distrito Federal confirmou um caso de raiva humana. O adolescente que havia contraído a doença morreu no final do mês passado. Além do adolescente, outras quatro pessoas já morreram em decorrência da raiva no Brasil em 2022, todos adolescentes e crianças indígenas de Bertópolis (MG). A doença é quase sempre fatal e se caracteriza por uma encefalite progressiva, levando à inflamação do cérebro.

O mês de agosto é conhecido como o “mês do cachorro louco”. As condições climáticas favorecem a entrada das fêmeas no cio e com isso, os machos apresentam comportamentos mais agressivos e podem até brigar uns com os outros para acasalar.

Em Limeira, mesmo não ocorrendo as campanhas de forma geral, a vacinação antirrábica para cães e gatos seguem normalmente na Divisão de Controle de Zoonoses. A imunização ocorre de forma gratuita para a população, às terças, quartas e quintas-feiras, das 8h às 15h30. Informações podem ser obtidas pelo telefone (19) 3441 3548. O setor fica localizado na Rua Professor Solon Borges dos Reis, 191 no Parque Campos Eliseos.

Segundo o Ministério da Saúde, a raiva é uma doença infecciosa viral aguda grave, que acomete mamíferos, inclusive o homem, e caracteriza-se como uma encefalite progressiva e aguda com letalidade de aproximadamente 100%. É causada pelo Vírus do gênero Lyssavirus, da família Rabhdoviridae.

O médico veterinário Victor Gimenes, que atua em Limeira na área clínica-médica de animais de companhia, desde 2009, explica que a raiva é de extrema importância para saúde pública, devido seu alto grau de letalidade, por ser uma doença passível de eliminação no seu ciclo urbano e pela existência de medidas eficientes de prevenção, como a vacinação humana e animal. “Animais diagnosticados com raiva devem ser sacrificados, primeiramente por serem um risco a saúde pública, em segundo por estarem sofrendo e a doença não possuir tratamento ou cura”, pontua.

Confira a entrevista completa:

O que é a raiva e como é transmitida?

A raiva é uma doença viral causada por um vírus do gênero Lyssavirus, da família Rabhdoviridae que acomete diversos mamíferos, inclusive o homem, e causa encefalite aguda. A raiva tem uma letalidade muito próxima a 100%, por isso a importância de prevenção e controle. É uma antropozoonose, ou seja, uma doença que pode ser transmitida de animais para humanos e vice-versa. É transmitida através da saliva de animais infectados geralmente por mordedura, mas também arranhadura ou lambidas.

Quais são os principais sintomas?

Os sintomas nos animais geralmente estão ligados à sinais neurológicos e disfunções motoras, os mais comuns são: excitação, agressividade, ansiedade, anorexia, apatia, aumento de temperatura, náusea, salivação excessiva (dificuldades em deglutir/ingerir líquidos), perda de consciência, delírios, espasmos e convulsões.

Qualquer mordida de animal transmite raiva?

Não, somente animais infectados com o vírus transmitem a doença, porém, como não temos histórico médico de todos animais, pedimos para evitar contato com animais selvagens e errantes.

Somente cães e gatos que são transmissores do vírus?

Diversos mamíferos podem transmitir raiva. Dividimos a transmissão da raiva em três ciclos de transmissão: urbano: representado principalmente por cães e gatos; rural: representado por animais de produção, como: bovinos, eqüinos, suínos, caprinos e silvestre: representado por raposas, guaxinins, primatas e, principalmente, morcegos.

O que uma pessoa deve fazer caso seja mordida?

Lavar o local com água corrente e sabão, se deslocar até um Posto de saúde ou pronto socorro para atendimento. De acordo com o tamanho da lesão, será instituído o tratamento adequado (vacinas ou soro).

Quais são os principais sintomas apresentado em humanos?

Nos humanos os sintomas são semelhantes aos dos animais. No início os mais comuns são dor de cabeça, anorexia, febre, mal-estar, dor de garganta, irritabilidade, inquietude e sensação de angustia, estes sintomas duram em média 5 a 10 dias. Conforme a infecção avança, a pessoa começa a apresentar delírios, febre mais altas, espasmos musculares involuntários e convulsões. Devidos aos espasmos dos músculos da laringe, faringe e língua, o paciente quando vê ou tenta ingerir líquidos, apresenta a sialorreia intensa (“hidrofobia”). Os espasmos musculares evoluem para um quadro de paralisia, levando a alterações cardiorrespiratórias, retenção urinária e obstipação intestinal. Observa-se, ainda, a presença de disfagia, aerofobia, hiperacusia e fotofobia.

O que é preciso ser feito com o animal doente? Ele deve ser sacrificado?

Sim, animais diagnosticados com raiva devem ser sacrificados, primeiramente por serem um risco a saúde pública, em segundo por estarem sofrendo e a doença não possuir tratamento ou cura.

Vacinação é a única forma de prevenção contra a raiva?

Efetiva sim. Educar a população para não entrar em contato com animais não domiciliados, errantes e selvagens também é uma forma menos eficaz de prevenção.

A vacinação deve ser reforçada todos os anos?

Sim! Animais devem ser vacinados ainda jovens, e reforço anual durante toda a vida.

É importante que as prefeituras retomem a vacinação anual e gratuita?

Por se tratar de uma doença de fácil transmissão e extremamente letal, jamais instituições públicas deveriam deixar de ofertar a vacina de forma pública e gratuita. A raiva nunca foi erradicada do Brasil, então animais tanto urbanos quanto rurais precisam sim ser vacinados.

 

Serviços:

Victor Gimenes -  Médico Veterinário

Consultório: Rua Frederico Rótulo, 83 - Jardim Ouro Verde

Telefone (19) 37014507

WhatsApp (19) 992887480

Instagram @victorveterinario

 

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