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Dia do professor: a dedicação e os desafios da profissão

Celebrado em 15 de outubro em referência a D. Pedro I, que instituiu em 1827 a lei sobre ensino elementar, o Dia dos Professores reflete sobre a importância do papel desempenhado pelo “profissional da educação”. O professor é capaz de transformar aspirações em realidade e mais do que isso, esses profissionais têm a capacidade de semear incontáveis potenciais, muitas vezes só aflorados no futuro – algo que talvez nem tenham a oportunidade de ver, por não estarem mais no cotidiano daqueles ex-alunos. 

Os desafios são constantes, a data não só enfatiza sua importância, quanto reflete na valorização desses profissionais. Quando falamos de professores, nos referimos aos profissionais que participam de boa parte de nossas vidas e que são responsáveis pela formação de uma pessoa na Educação Infantil, no Ensino Fundamental, no Ensino Médio e no Ensino Superior.

Afinal, todos já tiveram um professor marcante, que de algum modo, fez a diferença em nossas vidas. São eles que auxiliam nossa jornada profissional e que são a base para uma sociedade desenvolvida, tanto no aspecto social e econômico, quanto na formação crítica e cultural.

Rede estadual busca atrair novos talentos para a profissão

Apesar de ser uma das profissões mais importantes da sociedade, a carreira docente no Brasil nos últimos anos tem o desafio em engajar novos profissionais. Para o professor de história, Bruno de Jesus, a docência não era a primeira opção quando jovem. "Durante a infância e adolescência, nunca havia pensado na possibilidade de me tornar professor, também não desenvolvia o sentimento de querer lecionar na vida adulta. Acredito que a minha admiração e interesse nasceram a partir da minha participação em projetos escolares que conheci quando passei a estudar na rede pública estadual", explica.

Além da sua participação ativa nas escolas, Bruno também contou com o exemplo de outra profissional, Sheila Monteiro de Sousa. "Ouvi falar muito de uma professora que geria os projetos, orientava atividades do Grêmio Estudantil, realizava passeios, entre outras ações. De imediato quis conhecê-la, e quando a encontrei pelos corredores da escola, sem pensar, perguntei: - "Prô, posso fazer parte do seu grupão?", e daí em diante fui envolvido de forma integral nos projetos da escola [...] Quando conclui o ensino médio, a mesma professora me incentivou a iniciar a licenciatura. Meus pais, de imediato, me apoiaram e tive a oportunidade de começar a engatinhar naquela que, hoje, é a profissão em que tenho orgulho de realizar", conta.

Hoje, o ex-aluno Bruno, além de colega de profissão, trabalha junto da professora do ensino médio onde ela é diretora e ele atua como professor de apoio à tecnologia e inovação (Proatec). "Quando a minha missão de professora inspira outro alguém e o incentiva a percorrer os mesmos passos, me sinto feliz e apreensiva ao mesmo tempo com o tamanho da responsabilidade que é inspirar alguém. Mas, como a profissão de professor é dádiva à humanidade, o sentimento é de dever cumprido e realização profissional", afirma Sheila.

BUSCA NA REDE ESTADUAL

Com intuito de atrair novos talentos e valorizar a profissão a Secretaria da Educação do Estado de São Paulo (Seduc-SP) implementou a Nova Carreira Docente que oferece salários iniciais de R$ 5 e 7 mil reais, para jornadas de 40h, sendo o maior em escolas do Programa de Ensino Integral (PEI), 30% maior que o piso nacional bruto. Atualmente, na rede estadual, menos de 17 mil professores têm até 29 anos, cerca de 7,7%.

O processo de adesão à Nova Carreira se iniciou em junho e, até o momento, cerca de 100 mil professores passaram a se enquadrar no modelo. Com base na Lei Complementar nº 1.374, os docentes que desejarem mudar de carreira terão até junho de 2024 para fazer realizar a solicitação, que é feita de forma online através da Secretaria Escolar Digital (SED).

 

Centrado na prática docente, o novo modelo, além de propor valorização, por meio da atualização da tabela de referências salariais, também valoriza títulos acadêmicos e estabelece avaliações por desempenho e desenvolvimento por meio de evoluções funcionais com interstícios de 2 anos.

 

PERFIL

 

A rede estadual de São Paulo conta com cerca de 186 mil professores naturais do próprio estado. O restante é composto por profissionais dos demais 25 estados brasileiros, além do Distrito Federal. Os estados vizinhos, Minas Gerais e Paraná, possuem 8,2 mil e 6,2 profissionais atuando respectivamente. Fechando o top 5, Bahia, com mais de 6 mil e Pernambuco com 3,4 mil integram o quadro.

 

A maioria dos docentes de São Paulo são mulheres, mais de 158 mil contra 64,4 mil homens, sendo a média de idade 50 e 40 anos respectivamente, deixando a média geral do estado em 45 anos. "Vejo a minha vida ter sentido a cada aula dada, caderno corrigido, conversa com os alunos, e por isso, penso que todo jovem que tem o desejo de ser professor deve ser incentivado", afirma o professor Bruno.

 

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