
Projeto quer o fim do zoológico em Limeira
Protocolado nesta semana na Câmara, o projeto de lei, de autoria dos vereadores Jorge de Freitas e Tatiane Lopes, quer proibir a manutenção de animais silvestres para exposição, amostra ou visitação no zoológico de Limeira. Fechado desde março de 2020 para visitação, o local tem cerca de 250 animais que são cuidados diariamente por biólogos e equipes profissionais.
Se aprovado, os animais que atualmente habitam o local serão transferidos para santuários que tenham condições de recebê-los, além da reintrodução ao meio ambiente, se for considerada viável a sua adaptação e adoção por organização de proteção aos animais e transferência para centro de preservação da fauna silvestre. O projeto também visa proibir aquários e parques públicos e privados que exponham animais silvestres.
Na justificativa, a vereadora Tatiane visa que anualmente, mais de um milhão de animais morrem por não resistir às condições destes locais. “Infelizmente, ainda é muito comum o uso de animais como forma de diversão, prática essa totalmente ultrapassada, uma vez que são locais de divertimento de humanos e de sofrimento de animais. São formas cruéis e exploratórias que, por muitas vezes, levam os animais à morte”, afirma.
Um dos casos mais famosos foi a morte do urso polar Arturo, apelidado como “o urso polar mais triste do mundo”, que morreu em um zoológico da Argentina, depois de mais de 20 anos em cativeiro. “No mundo, são raros os zoológicos que chegam até o ponto ideal de serem centros de pesquisa, conservação, lazer e educação para proteger a natureza”, destaca.
Outro ponto destacado é o fato de que ainda hoje, animais de vida livre são caçados e capturados exatamente para irem para zoológicos, para servirem de atração recreativa e de geração de lucro. “Retirar animais de seu habitat natural, onde têm liberdade, seguem seus instintos, convivem com os de mesma espécie, buscam por comida, etc. É muito comum que animais vivendo em cativeiro sofram de depressão. Possivelmente, alguém que já entrou num desses lugares já presenciou algum comportamento anormal por parte dos animais, como andar de um lado para o outro, balançar a cabeça e até a automutilação”, consta.
Por mais estruturado que sejam, a vereadora destaca no documento que os zoológicos não podem fornecer o espaço adequado que os animais possuem na natureza. “Isso porque algumas espécies percorrem distâncias muito maiores no próprio habitat”.
Um estudo feito pela CAPS (Captive Animals Protection Society ou Sociedade de Proteção de Animais em Cativeiro) descobriu que pelo menos 7.500 animais - e, possivelmente, cerca de 200.000 - são considerados “excedentes” e mortos por isso. “Por todas essas razões, animais morrem prematuramente em zoológicos e assemelhados. Uma boa saída para o problema é converter os zoológicos em espaços interativos de educação ambiental ou clínicas para animais vítimas de tráfico ilegal, acidentes e maus tratos, independentemente de serem animais silvestres”, salienta.
EXEMPLOS
Acabar com a exposição de animais tem sido uma tendência mundial. A Costa Rica já determinou o fechamento dos zoológicos no País. Como se não bastasse todos os problemas já elencados, acidentes com animais em zoológicos ocorrem frequentemente, como o fato que aconteceu com o garoto que perdeu o braço em um zoológico em Cascavel, ou com o gorila em Cincinnati que foi sacrificado porque uma criança caiu em sua jaula. Em 2014 um tigre branco matou uma criança em um acidente na Índia e esses são alguns das centenas de casos já ocorridos
HISTÓRICO
O Zoológico de Limeira é um dos mais antigos do Brasil, inaugurado em 22 dezembro de 1968. Por 45 anos, o Zoo funcionou em um espaço na região central da cidade. Em 2008, foi interrompida a visitação do público para a construção de um novo espaço, nas dependências do Horto Florestal.
Segundo informações da Prefeitura, em 2014 teve início as atividades nas novas instalações do Zoo. Após a reinauguração, foi iniciado um trabalho de educação ambiental. Além disso, o espaço ganhou uma nova concepção de recintos, com a substituição de grades por vidros, como é o caso daqueles destinados aos felinos e à jiboia. O recinto conta com aves, répteis e mamíferos. Os destaques são as espécies ameaçadas de extinção.
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