O líder do Movimento Vamos Salvar Limeira, Reginaldo Ribeiro, e o pastor Vilson Finati solicitaram, ontem, um pedido de abertura de Comissão Processante por decoro e intolerância religiosa contra a vereadora Isabelly de Carvalho (PT). O motivo foi sua fala pelo fim da “Bancada da Bíblia”.

Em documento, os munícipes que não possuem vínculos partidários, elencaram que a fala da vereadora foi “de cunho preconceituoso e discriminatório, o que perfaz incitar a discriminação ou preconceito, em face das pessoas que expressam a sua fé e sua religião, tendo a Bíblia Sagrada como objeto de culto religioso. Quando a vereadora refere-se no seu pronunciamento “Fim da bancada da Bíblia”, ela direciona sua fala a parte da população da cidade de Limeira, que tem a sua crença e sua religião, e votou em vereadores, dos quais os representa”, destaca o documento.

Também é citado que a Constituição Federal, dispõe ser inviolável a liberdade de consciência e de crença, conforme o Art. 5º, inciso VI: “Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade, nos termos seguintes: VI - é inviolável a liberdade de consciência e de crença, sendo assegurado o livre exercício dos cultos religiosos e garantida, na forma da lei, a proteção aos locais de culto e a suas liturgias”.

O caso ocorreu durante a eleição da Mesa Diretora da Câmara de Limeira, na última quinta-feira (8). Em sua fala a vereadora proferiu a seguinte frase: “Eu voto pela democracia, eu voto pela pluralidade, eu voto com as mulheres, eu voto acima de tudo pelo fim da bancada da Bíblia”. Segundo ela, sua fala não quis ofender a bíblia, o livro sagrado em si, e sim, as condutas de alguns religiosos.

A solicitação foi protocolada no final da tarde de ontem. “A fala da vereadora, vai de encontro com o sentimento religioso do denunciante, que através de seu voto, busca votar em candidatos que representa seu princípios e valores, e que estes sejam pautados pela bíblia sagrada, por este motivo sinto que no pronunciamento há tom discriminatório e preconceituoso, sendo esse nosso sentimento”, afirma o requerimento.

A vereadora Isabelly foi contatada na tarde de ontem pela reportagem da Gazeta. "Tenho confiança na democracia, na garantia dos votos representativos nos quais eu recebi e na confiança de um senso de política e de responsabilidade nos outros companheiros de parlamento. Por mais que pessoas intoxicadas por mentiras possam ter se sentido ofendidas com a minha fala quando eu utilizei o termo sobre a bancada da Bíblia, não foi um ataque propriamente a Bíblia que eu quis dizer e sim a um conservadorismo religioso impregnado na casa de leis e no brasil como um todo", destacou.