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Limeira registra 24 novos casos de HIV/Aids em 2022

O Dezembro Vermelho marca uma grande mobilização nacional na luta contra o vírus HIV, a Aids e outras IST (infecções sexualmente transmissíveis), chamando a atenção para a prevenção, a assistência e a proteção dos direitos das pessoas infectadas com o HIV. Para dar o início a campanha, nesta quinta-feira (1º), Dia Mundial de Luta contra a Aids, haverá uma ação especial em Limeira. 

A iniciativa vai promover testagem rápida de HIV e sífilis na praça Toledo Barros, no Centro, das 9h às 12h. Para participar, basta apresentar um documento de identificação com foto. O resultado do exame é sigiloso e fica pronto em 30 minutos. Além dessa atividade, as Unidades Básicas de Saúde (UBSs) irão desenvolver atividades de conscientização sobre o tema ao longo do mês. Em caso de chuva, a pasta informa que a ação será suspensa. 

Segundo informações do Serviço Especializado em Moléstias Infectocontagiosas de Limeira (Semil), atualmente, são atendidos 1.100 pacientes com HIV/Aids no município. Foram diagnosticados 24 novos casos neste ano, de janeiro a outubro, contra 46 ocorrências durante todo o ano de 2021.  Os dados foram divulgados ontem pela Prefeitura. 

Aids é uma doença causada pela infecção do Vírus da Imunodeficiência Humana (da sigla em inglês HIV). Esse vírus, do tipo retrovírus, ataca o sistema imunológico, que é o responsável por defender o organismo de doenças. As células mais atingidas são os linfócitos T CD4+. O vírus é capaz de alterar o DNA dessa célula e fazer cópias de si mesmo. Depois de se multiplicar, rompe os linfócitos em busca de outros para continuar a infecção. 

Os pacientes soropositivos, que têm ou não Aids, podem transmitir o vírus a outras pessoas pelas relações sexuais desprotegidas, pelo compartilhamento de seringas contaminadas ou de mãe para filho durante a gravidez e a amamentação, quando não tomam as devidas medidas de prevenção. Por isso, é sempre importante fazer o teste e se proteger em todas as situações. 

Limeira não registrou nenhum caso de transmissão vertical do HIV (de mãe para filho) em 2022, sendo que os casos referem-se a pessoas adultas (até 69 anos). Além de HIV/Aids, o Semil oferece tratamento a pacientes com hepatites virais B e C, HPV, tuberculose, sífilis, entre outras doenças. 

O Semil conta com equipe multidisciplinar e atendimento diário, para coleta de exames, consultas, visitas domiciliares e hospitalares, busca ativa e palestras. Faz, ainda, a distribuição de medicamentos, insumos de prevenção e material educativo sobre o tema. 

Desde 2020, a unidade dispõe de dois programas novos do Ministério da Saúde. Um deles é a Profilaxia Pós-Exposição Sexual (PEP), medida de prevenção de urgência, adotada em situações de risco de infecção pelo HIV. A PEP deve ser utilizada após qualquer evento que ofereça risco de contágio, como violência sexual, relação sexual desprotegida (sem o uso de camisinha ou com seu rompimento) ou acidente ocupacional (com instrumentos perfurocortantes ou contato direto com material biológico).  

Mais recentemente, o Semil conta com a Profilaxia Pré-Exposição ao Vírus HIV (PrEP), método de prevenção à infecção pelo HIV, que consiste na ingestão diária de um comprimido que prepara o organismo para enfrentar um possível contato com o HIV. 

A ação de testagem na Toledo Barros também será realizada pelo Semil. Quem não puder comparecer na ação de testagem, tem a opção de agendar horário para atendimento diretamente na unidade que fica localizada na Rua Sergipe, 906, na Vila Cláudia, e funciona de segunda a sexta-feira, das 7h30 às 16h30. Os telefones de contato são: 3442-4796 e 3444-2020. 

Mortalidade pela doença cai 78% em todo o estado 

Desde 1995, a mortalidade por Aids no Estado de São Paulo caiu 78% quando ocorreu o pico de mortes pela doença. Os dados são da Fundação Seade do Governo de SP em parceria com a Secretaria de Estado da Saúde, e estão em ritmo de queda ao longo do período. 

No início da década de 1990, quase 90% dos óbitos eram de pessoas com menos de 44 anos. Com a introdução de novos tratamentos e melhorias na qualidade de vida dos portadores da doença, a sobrevida foi aumentando e, em 2021, há maior participação de pessoas com idade acima de 45 anos, que passaram a responder por quase 60% dessas ocorrências. 

A idade média ao morrer evidencia o ganho trazido com os tratamentos oferecidos aos portadores de Aids. Em 1990 esse indicador era 33 anos para os homens, superior ao das mulheres (29 anos). Essa idade ampliou-se gradativamente para ambos os sexos, sendo que, desde 2015, a feminina passou a superar a masculina, chegando em 2021 a 49 anos para elas e 47 para eles. 

“O avanço nos tratamentos são um motivo para comemoração neste Dia Mundial de Luta contra a Aids, mas também trazem um alerta importante para a necessidade da conscientização sobre a importância do uso de métodos preventivos, como a camisinha, entre outros métodos de prevenção combinada. Apesar dos tratamentos terem maior eficácia, não podemos deixar de lado a prevenção”, afirma Alexandre Gonçalves, coordenador do Centro de Referência e Treinamento de DST/Aids de São Paulo.

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