Há exatos três anos, em 26 de fevereiro de 2020, o Brasil registrou seu primeiro caso de Covid-19. A pandemia que causou a morte de centenas de milhares de pessoas no Brasil, exigiu muito dos profissionais da saúde. O médico pneumologista Danilo Gullo Ferreira, da Unimed Limeira, faz análise do cenário e pontua os ensinamentos que devem permanecer.

Gullo lembra que foram três anos difíceis no enfrentamento da doença. Neste tempo, foram três os períodos com maior apreensão, devido ao aumento dos casos e sobrecarga de todo sistema de saúde. Foram eles: meados de 2020, 1º semestre de 2021 e, depois, no 2º semestre de 2021. "Foi algo que nunca havia presenciado em meus 33 anos de prática médica, sendo 30 como pneumologista", citou.

Hoje, segundo ele, a situação é considerada tranquila já que, apesar de ainda ocorrerem casos, raramente esses evoluem para fase grave. Muito se deve, em primeiro lugar, ao avanço da vacinação, a imunidade natural a partir das contaminações e também às mutações do vírus com algumas cepas menos agressivas.

SAÚDE MENTAL DOS PROFISSIONAIS

A saúde mental dos profissionais de saúde foi profundamente impactada, conforme mostra estudo recente da Universidade Federal de São Carlos (UFSCar) se dedicaram a avaliar como a pandemia impactou a saúde física, mental e emocional dos profissionais que atuaram no combate da doença.

Dentre os resultados, destacam-se quadros de esgotamento físico e mental, dores e relatos de sentimentos de angústia, baixa qualidade de vida e sobrecarga de trabalho.

Para o médico de Limeira, de fato essas situações abalaram a todos os profissionais envolvidos nesses atendimentos no período. No entanto, segundo ele, com a redução dos casos e tranquilidade da situação, hoje, há também melhora nesse quadro.

"Um ponto importante é a informação. Hoje, um médico vacinado e com todas as informações que temos tem confiança no atendimento. No início, fomos descobrindo quais caminhos e isso também era um fator de estresse", cita ele.

ENSINAMENTOS

Passadas as fases críticas, são muitos os ensinamentos que ficam. "Ações como lavar as mãos e higienizar com alcool em gel após um cumprimento ou tocar em algo são situações que podemos levar já que previne não somente a covid-19, como outras doenças", cita o médico.

O uso da máscara, lembra Gullo, já era uma realidade entre os orientais quando alguém apresenta alguma doença respiratória. "Seja um resfriado, por exemplo, usar a máscara em locais com aglomeração evita a contaminação de outras pessoas", disse.

"A aprendizagem que fica também é que, por mais que tenhamos avançado em tecnologia e tantos pontos, estamos sujeitos a algo assim. Espero que não voltemos a passar por algo parecido, mas o aprendizado é que precisamos sempre estar atentos e nos antecipar a tudo", concluiu.