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Acompanhamento ginecológico deve ser antecipado, defende especialista

As mulheres brasileiras devem mudar o comportamento, quando se fala do acompanhamento ginecológico. As consultas rotineiras se mostram cada vez mais importantes, além de necessárias para a prevenção de doenças – mesmo entre as pessoas mais jovens.

A avaliação é da ginecologista do Hapvida NotreDame Intermédica, Yara Caldato. Estudo da Associações de Ginecologia e Obstetrícia (Febrasgo) mostra que uma em cada cinco mulheres brasileiras acima dos 16 anos não vai ao ginecologista com regularidade. Considerar-se saudável, mesmo sem ter sido avaliado, e não ver necessidade de acompanhamento são as principais justificativas.

Mesmo sem um motivo aparente, a rotina de consultas deve ocorrer. Porém, a maioria ainda procura o profissional somente em casos de gravidez, doenças ou algum incômodo.

Há um forte tabu comportamental, nesse caso. "O grande receio é a vergonha. A menina não sabe o que falar durante a consulta, até mesmo por falta de orientação dos pais e, muitas vezes, ainda não conhece o próprio corpo, tem medo de ser examinada", conta a médica.

Tirar dúvidas

"Isso é algo que precisa ser conversado desde cedo. Essa menina pode receber informações inadequadas, por exemplo, das suas amigas. É muito importante essa quebra de tabus durante a transição da infância para a adolescência", explica Yara Caldato.

Ginecologistas acompanham a mulher durante toda a vida, da primeira menstruação à menopausa. A consulta inicial precisa acontecer antes mesmo da primeira menstruação.

"Essa ida ao especialista deve ser em torno dos 10 ou 12 anos da menina, quando será criado um vínculo com a paciente, que receberá as informações sobre todas as mudanças físicas e emocionais que vão acontecer. Dúvidas serão esclarecidas, principalmente, sobre ciclo menstrual, que tipo de absorvente usar, métodos contraceptivos, levando-a a entender que tudo isso se trata de um cuidado com ela mesma", relata Yara.

Acolhimento

A primeira consulta funciona como um acolhimento da paciente. "Muitas vezes, não é necessário realizar o exame físico, exceto, é claro, em decorrência de alguma queixa como corrimento, dor, ou outro sintoma, até porque a paciente precisa criar esse vínculo com o profissional. Essa consulta vai esclarecer o que é e o que não é normal no corpo e o que pode ser feito para melhorar, assim como na prevenção de futuras doenças", informa.

A mulher deve ir ao ginecologista pelo menos uma vez ao ano. "É quando serão feitos os exames de rastreio nessa paciente, como exames de câncer de colo de útero, de câncer de mama, ou qualquer outra patologia que venha apresentar. Se essa paciente estiver em tratamento de alterações de ciclo menstrual ou reposição hormonal, as idas tendem a ser mais frequentes", conta a médica.

Um dos exames ginecológicos mais comuns é o papanicolau. Ele é utilizado na prevenção do câncer de colo uterino. Toda paciente com vida sexual ativa, a partir dos 24 anos de idade, deve fazer esse exame.

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