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Março amarelo foca na prevenção das doenças renais em pets

 

 

Veterinária destaca orientações para o cuidado de cães e gatos em diferentes áreas da saúde e fases da vida

 

 

O mês de março é dedicado à prevenção de doenças renais em pets. A prevenção inclui consultas e exame periódicos, além de hábitos saudáveis. Karen Andrade Avizú é médica veterinária com especialização em clínica e cirurgia de pequenos animais e deixa importantes orientações sobre esse tema e também sobre os cuidados com cães e gatos em diferentes fases da vida.

 

“É maravilhoso ter um animal de estimação em nossas vidas, não é mesmo? Mas, muitos fatores devem ser analisados antes de decidir adotar um amigo, da mesma forma que eles mudam nossas vidas, nossa rotina e nos enche de carinho, devemos retribuir na mesma proporção”, comenta. É importante oferecer alimentos de qualidade, passeios diários, entre outros pontos necessários para o bem-estar animal. Ela também explica sobre vacinas e cuidados com animais idosos.

 

Março amarelo: Mês de prevenção de doenças renais. Como prevenir?

As doenças renais e urinárias, acometem muitos animais e estão entre as enfermidades principais que atingem os pets a partir dos 7 anos de idade, causando a perda da função dos rins impactando o sistema metabólico e o estado de saúde geral dos animais.

Os principais sinais clínicos que o animal apresenta são: aumento da ingestão de água, aumento na produção de urina, vômito, diarreia, falta de apetite, perda de peso, apatia e fraqueza.

Fatores de risco: idade avançada, comorbidades como doenças cardiácas, diabetes, hipertensão e obesidade, ausência de dieta balanceada, e ingestão de alimentos inapropriados e tóxicos para pets ( uva, chocolate, alho, cebola entre outros).

Prevenção: manter consultas veterinárias e exames periodicamente, oferecer alimentação balanceada e formulada para pets, estimular a ingestão de água.

 

Ao adotar um animal de estimação, cão ou gato, o que é preciso levar em conta?

É maravilhoso ter um animal de estimação em nossas vidas, não é mesmo? Mas, muitos fatores devem ser analisados antes de decidir adotar um amigo, da mesma forma que eles mudam nossas vidas, nossa rotina e nos enche de carinho, devemos retribuir na mesma proporção, oferecendo alimentos de qualidade, passeios diários, brincadeiras para aliviar o estresse e a ansiedade, ter espaço suficiente para o pet, levar periodicamente ao médico veterinário e claro, ter tempo para interagir com o animal, garantindo assim saúde e bem-estar.

 

Quais as vacinas obrigatórias?

Parte fundamental da medicina preventiva é a vacinação em cães e gatos que começa nos primeiros meses de vida e deve ser reforçada anualmente, sendo vacinas obrigatórias em cães: a Vacina contra viroses de proteção múltipla, mais conhecida como v10/v8 que se inicia a partir de 6 semanas e vacinação contra a raiva que tem início na 12 ° semana do animal.

Temos também como vacinas opcionais em cães a vacina de Gripe (bronchi) e a de giárdia, não são obrigatórias mas garante mais proteção e cuidado com o animal.

Para gatos, a vacinação se inicia a partir da 9° semana contra viroses (tríplice felina) e a de raiva na 12° semana.

 

A alimentação dos animais é diferentes dos humanos. Qual a principal orientação para cães e gatos?

Sim, a alimentação é diferente, os animais possuem necessidades nutricionais diferenciadas, oferecer alimentos humano não é o ideal e pode ser muito prejudicial, já que muitas guloseimas podem ser tóxicas ao pet, levando assim, a grandes consequências e em muitos casos a óbito. Atualmente temos uma vasta variedade de rações super Premium balanceada com os melhores ingredientes para atender e suprir as necessidades de cada animal de acordo com suas exigências nutricionais. Se acaso o proprietário optar em oferecer dieta caseira ao seu amigão, é recomendado o acompanhamento de um médico veterinário nutricionista para analisar suas necessidades e assim formular sua alimentação.

 

Como cuidar dos dentes dos animais? Quais doenças podem ocorrer ligada a saúde dentária?

A saúde do seu pet começa pela boca, quando o animal não possui uma rotina de cuidados com os dentinhos podemos ter doenças periodontais que nada mais é do que o acúmulo de bactérias na superfície dos dentes avançando até os tecidos de sustentação que formam o periodonto, causando também a gengivite (inflamação da gengiva). O acúmulo de tártaro (placa bacteriana) é uma porta de entrada e pode ser muito prejudicial para seu animal ocasionando também doenças cardíacas, renais e hepáticas já que as bactérias podem migrar para corrente sanguínea, atingindo assim outros orgãos e sistemas. Estabeleça uma rotina diária de escovação dos dentes e cuidados com seu pet, caso não seja possível todos os dias, faça pelo menos 3 vezes por semana com uso de escova e pasta desenvolvido e recomendado para animal.

quando já possui doença periodontal e acúmulo de tártaro o recomendado é a tartarectomia para remoção das placas bacterianas.

 

Qual o melhor momento para a castração?

Em fêmeas o melhor período para castração é antes do primeiro cio, para termos chances de diminuir o desenvolvimento de tumores mamários, já que alguns tipos de cânceres dependem da existência dos hormônios produzidos pelos ovários, evitando também infecção uterina e gravidez psicológica.

Em machos, o procedimento cirúrgico feito na juventude entre 4 e 6 meses traz vários benefícios, um deles é evitar o aparecimento de tumor de próstata, evita também que aprenda a levantar a perninha para marcação território e deixa o animal menos ansioso.

 

Qual a importância de castrar cães e gatos?

A castração é um procedimento cirúrgico que resulta na remoção do útero e ovários em fêmeas e a retirada dos testículos em machos.

O ato de castrar, agrega inúmeros benefícios como: evitar a reprodução exacerbada dos pets, previne diversas doenças do aparelho reprodutivo como a piometra (infecção uterina) e tumores em fêmeas e a prostatite em machos, o animal fica mais calmo e menos ansioso, reduz a marcação de território, reduz fugas e agressividade e aumenta a longevidade.

 

É preciso levar ao veterinário regularmente? De quanto em quanto tempo?

As consultas veterinárias variam de acordo com a idade do animal, quando filhotes as visitas são mensais, para acompanhamento e desenvolvimento do animal, fazemos o esquema vacinal adequado e a vermifugação, quando o pet está na fase adulta e está saudável as consultas passam a ser anuais para efetuarmos os reforços vacinais e os exames de checkup de rotina.

Já na fase que o animal está idoso (a partir dos 7 anos) o recomendado é ir até o médico veterinário de 6 em 6 meses, para efetuar os exames e garantir que está tudo bem, a prevenção sempre é o melhor remédio.

 

Como cuidar dos ouvidos dos cães? Qual melhor recomendação?

A otite canina, é muito comum na rotina da clínica e nada mais é do que a inflamação do conduto auditivo, e ocorre geralmente pela presença de fungos, bactérias e excesso de cera, acontece com mais frequência em animais com as orelhas caídas e compridas.

Por isso é de grande importância a limpeza do conduto auditivo semanalmente com produto específico para remoção de cerúmen, utilizando gaze e apenas os dedos para realizar esse procedimento, evitando assim perfurações com instrumentos pontíagudos.

 

Com relação à pele e pelos, qual melhor maneira de cuidar em casa?

Se você cuida da pelagem do seu pet sempre em casa, o ideal é fazer a utilização de shampoo específico de acordo com a necessidade do seu animal. Sempre após o banho seque-o corretamente, não deixe o subpelo úmido, isso pode ser uma porta de entrada e favorecer o crescimento de fungos e mau odor. O ideal é realizar banhos semanalmente, pois o excesso de lavagem prejudica o animais, aumentando a oleosidade. Em cães com pelagem longa é necessário escovação diariamente, evitando assim coceiras e nós, que quando ficam aderidos na pele podem causar feridas e dermatites.

 

Que tipos de comportamento os cães demonstram que é hora de buscar ajuda veterinária?

Quando o animal apresenta alterações em seu metabolismo e não está saudável o primeiro sinal clínico que podemos observar é a mudança de comportamento em relação a alimentação, geralmente o pet não se alimenta com a frequência de costume, e pode apresentar também: vômito, diarreia, febre, apatia, dor abdominal, tosse, engasgo, prostração, aumento de peso, emagrecimento progressivo, falta de apetite, mau cheiro, coceira excessiva, inapetência, são algumas das alterações que devemos nos preocupar e leva-lo imediatamente ao médico veterinário.

 

Com o avançar da idade dos pets, quais cuidados precisam ser incluídos? É preciso mudar a alimentação?

Com o avanço da idade, o cão idoso começa a ter limitações e apresentar comportamento que nunca teve antes, devemos redobrar nossa atenção, a partir dos sete anos de idade, é necessário efetuar a troca de alimentação para ração sênior (elaborada para animais idosos) que contém nutrientes específicos para suplementação nessa fase, atendendo assim suas necessidades nutricionais. Outros cuidados também necessários são: estímulo de exercícios físicos, exames de 6 em 6 meses como prevenção de doenças, respeitar as necessidades do animal nessa fase da vida, ficar atendo aos comportamentos que são comuns pra ele, sempre facilitar a locomoção e o mais importante, oferecer uma vida feliz.

 

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