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Pacientes reclamam de deslocamento para hemodiálise

A Comissão de Saúde, Lazer, Esporte e Turismo se reuniu ontem com o secretário municipal de Saúde, Vítor Santos, e o assessor executivo da pasta, Alexandre Ferrari. Também estiveram presentes representantes do Conselho de Saúde. O objetivo foi ouvir as demandas de pacientes de Limeira que precisam se deslocar para outras cidades para realizar o tratamento de hemodiálise.

Os pacientes defenderam ser muito difícil o deslocamento para tratamento, uma vez que em Limeira há o atendimento prestado pela Santa Casa. Eles apontaram dificuldades no transporte fornecido pela Prefeitura, não disponibilização de alimentação e até situações de mau atendimento por parte de motoristas ou falta de planejamento na disponibilização de veículos.

Um dos pacientes relatou que precisou sair às 2h da manhã para realizar o tratamento, que foi orientado a ir até a rodoviária para pegar a Van de transporte, no entanto informou que não há ônibus municipal circulando no horário e que não tinha condições financeiras de utilizar um táxi. Segundo ele, a Prefeitura autorizou que o motorista o buscasse em casa para levá-lo ao hospital, no entanto o mesmo se recusou a levá-lo de volta após o tratamento. Outro paciente disse que em uma ocasião foi disponibilizada uma ambulância com capacidade para sete passageiros para levar um grupo de oito pacientes ao hospital.

A falta de disponibilização de alimento para quem se desloca de Limeira para tratamento em outra cidade também foi abordada. Os representantes do Conselho de Saúde disseram que muitos pacientes não têm condições financeiras de almoçarem fora e o tratamento pelo qual passam durante a hemodiálise é muito desgastante e que precisam de uma boa alimentação.

“Não há como o município diminuir a dor destes pacientes no enfrentamento da doença deles, mas a Prefeitura e a Câmara podem proporcionar condições para diminuir o sofrimento para conseguirem um tratamento adequado e humano”, disse Carlos Alberto, representante do Conselho de Saúde.

Uma sugestão apresentada por outro representante do Conselho, Mariano Freire dos Santos, foi tentar mudar a estratégia de fila única, na qual todos os pacientes que precisam de hemodiálise ficam. Ele disse que a possibilidade de troca de pacientes entre as cidades proporcionaria mais qualidade de vida, pois seria possível buscar o tratamento na própria cidade domicílio. “É um absurdo limeirenses terem que ir para outra cidade em busca de tratamento se na cidade há um hospital que realiza o procedimento”, argumentou.

O secretário de Saúde explicou aos presentes que o município não tem poder de modificar a estratégia da fila, pois a gerência é Estadual e segue uma legislação. No entanto, disse que a Prefeitura está buscando soluções para amenizar os problemas enfrentados pelos pacientes.

Vítor Santos disse que a Santa Casa atende atualmente 135 pacientes, dos quais 121 são de Limeira. Para ampliar o atendimento, a Secretaria de Saúde está em negociação com o Hospital para a aquisição de mais cinco cadeiras de hemodiálise, o que permitiria atender mais 30 pacientes. Outra estratégia estudada é aumentar os turnos de atendimento, de três para quatro.

O secretário também explicou que o município está adotando medidas a longo prazo para tentar evitar que o quadro de pacientes chegue ao ponto de necessitar de hemodiálise. Para isso, a Secretaria de Saúde pretende atuar na prevenção de doenças como diabetes e hipertensão, que podem acarretar em doença renal crônica sem o devido tratamento.

Sobre a troca entre pacientes de outras cidades, Vitor Santos disse que a gestão da fila não permite esse procedimento e que mesmo que permitisse, citou que atualmente Limeira não tem pacientes de Leme, Araras, Rio Claro ou Mogi Mirim para propor a troca. Ele também informou aos vereadores que está buscando uma agenda de reunião com o secretário estadual de Saúde para tratar da forma de gerenciamento da fila e propor a possibilidade de trocas entre cidades.

Sobre o transporte, Vítor disse que a secretaria está estudando uma alternativa de terceirizar o serviço que hoje é prestado pela Prefeitura, o que permitiria que os pacientes sejam atendidos individualmente. Quanto à alimentação, o secretário informou que busca a possibilidade de um convênio com o Ministério da Saúde para fornecimento de ajuda de custo para os pacientes que precisam de deslocamento para tratamento.

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