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Estudo pontua que Limeira deve ter quase 100 mil idosos até 2050  

 

Atlas Temático mapeia dados e desafios para Limeira e outras cidades da Região Metropolitana de Piracicaba

 

Compilar dados e estabelecer projeções para que políticas públicas possam ser alcançadas para uma Limeira e uma região do futuro. Esse é um dos pontos do Atlas Temático – Região Metropolitana de Piracicaba organizado pelo limeirense Renato Baeninger Grego – mestrando na Faculdade de Ciências Aplicadas – FCA/UNICAMP, graduado em Administração Pública-UNICAMP. O trabalho ocorre por meio do Laboratório de Economia e Gestão – FCA/UNICAMP, Observatório das Migrações em São Paulo e Ministério Público do Trabalho.

Um, entre os muitos pontos discutidos no trabalho está a projeção, realizada pela Fundação SEADE, de que Limeira terá, até 2050, uma população de quase 100 mil idosos, o que demanda, desde os dias atuais, que políticas públicas sejam evidenciadas a esse público.

O pesquisador explica que o novo perfil da população brasileira traz a tendência do decréscimo no número de crianças, decréscimo da população em idade de trabalhar e o aumento da população idosa.

“Em Limeira, desde o ano 2000 já há uma diminuição absoluta no número de crianças de 0 a 14 anos (64 mil em 2000 para 35 mil em 2050); a população em idade de trabalhar (15 a 59 anos) desde 2020 já apresenta decréscimo absoluto (de 196 mil pessoas em 2020 para 162 mil em 2050), sendo que a população idosa com mais de 60 anos, que era de 22 mil pessoas em 2000 chegará a 99 mil idosos em 2050 (quase 1/3 da população)”.

Estas transformações na estrutura etária, explica ele, requerem políticas públicas pensadas nestes públicos-alvo, tanto para que se possa melhorar a qualidade da educação e qualificação profissional, quanto para que não se percam as últimas ondas jovens entrando no mercado de trabalho. Além da necessidade de políticas públicas para quase 100 mil idosos que Limeira terá em 2050, incluindo a atenção especial à assistência e saúde.

“A construção de políticas públicas impõe, portanto, a necessidade de se contemplar o futuro de uma cidade economicamente forte frente ao novo perfil de idade da população, a distribuição da população rural e urbana e suas demandas”.

POPULAÇÃO RURAL

Chama a atenção ainda a projeção da diminuição da população rural (de 10 mil pessoas em 2000 para 5 mil em 2050), implicando em uma mudança no perfil da população municipal.
“Há crescente demanda por domicílios urbanos, quase 60 mil domicílios a mais em 2050 (121 mil) em relação a 2000 (69 mil), o que torna prioridade para o poder público o acesso a moradias para a população e o planejamento da expansão urbana do município para as áreas periféricas necessitadas de infraestrutura urbana”.

TRABALHO INFANTIL

Os indicadores acerca do trabalho infantil, conforme o organizador,  revelam a face mais perversa da pobreza. Entre os anos de 2000 e 2010 houve uma diminuição da população de 10 a 17 anos em situação de trabalho infantil na Região Metropolitana de Piracicaba e em seus municípios devido à maior fiscalização e programas de transferência de renda: eram 20 mil crianças em trabalho infantil em 2000 passando para 13 mil em 2010.

Em Limeira de 4 mil crianças em trabalho infantil, em 2000, baixou para cerca de 3 mil, em 2010. Apesar do importante decréscimo, a tendência tem sido de registros de trabalho infantil nas suas piores formas, tais como trabalho doméstico, trabalhos perigosos, trabalhos para o autoconsumo familiar, representando mais de 30% das crianças em trabalho infantil na região.

“De fato, as notificações relacionadas a acidentes graves para esta população infanto-juvenil ultrapassaram mil notificações na região, entre 2007-2020, com Rio Claro, Piracicaba e Limeira concentrando tais notificações. O setor agropecuário regional também registra trabalho infantil, representando 2% do total da população ocupada no setor nesta metrópole, em 2017; municípios agrícolas como Elias Fausto, Santa Gertrudes e Corumbataí registraram participação bem maiores de trabalho infantil no setor agropecuário: 5,4%, 4,3% e 3,9%, respectivamente, trabalho infantil este que figura dentre as piores formas do trabalho infantil”, cita.

Tais indicadores fornecem subsídios para a atuação do poder público para a garantia de direitos para estas crianças e adolescentes

OBJETIVOS

O trabalho aborda muitos outros temas e pode ser conferido na íntegra por meio do link https://www.nepo.unicamp.br/publicacao/atlas-tematico-regiao-metropolitana-de-piracicaba/  Recentemente, Renato esteve na Câmara Municipal e apresentou o trabalho aos vereadores.

Segundo o organizador, o objetivo principal da publicação é fornecer subsídios para o planejamento e elaboração de políticas públicas para os municípios que compõem a Região Metropolitana de Piracicaba, através do conhecimento e disponibilização de informações econômicas e sociodemográficas que caracterizam o perfil municipal e seus desafios para as próximas décadas. Além disso, busca ampliar a interlocução da universidade com a sociedade, em especial com o poder público.

“O detalhamento dos indicadores e informações sistematizadas e compiladas no Atlas Temático contribui para que o poder público coloque uma lupa sobre o planejamento, preparando a agenda pública para a garantia da melhoria das condições de vida da população, ao mesmo tempo que os municípios podem se preparar para os rumos de sua economia para as próximas décadas”, ressalta.

 

 

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