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Ministério Público diz não haver irregularidades na compra da Gazeta

Encerra-se o processo contra a Gazeta. Em decisão publicada neste mês, o Ministério Público homologou o arquivamento de um processo movido contra a Gazeta de Limeira, em 2020, com objetivo de investigar um possível crime de lavagem de dinheiro através da aquisição de pessoa jurídica com o uso de uma terceira pessoa, na compra do jornal. Segundo o processo, o Ministério Público não encontrou indícios de crime antecedente. Ou seja, não houve irregularidades na compra desse periódico. 

Em um processo longo, a investigação sobre a compra deste jornal envolveu pedido de quebra de sigilo de dados e/ou telefônico, receptação de computadores, além de uma intensa perseguição política na época, o que culminou em notícias sensacionalistas sobre benefícios, uso de “laranjas” e até mesmo interferência no processo eleitoral. Após três anos de investigação, o Ministério Público com a concordância da Justiça conclui-se com a total regularidade das negociações que envolveram o jornal não havendo nenhum motivo para a continuidade do processo. 

Isso mostra que a justiça está atenta e não permite que a liberdade de imprensa seja cerceada por interesses escusos. É importante destacar que a imprensa livre é fundamental para a democracia e para a sociedade como um todo. Por isso, é preciso valorizar e proteger a imprensa, garantindo que jornalistas possam exercer seu trabalho sem medo de represálias ou perseguições. 

Desde o final 2020, e até os dias atuais, a Prefeitura de Limeira prossegue com o intuito de cercear o trabalho da nossa reportagem. O que foi vivido pelos jornalistas à época, continua a ocorrer, uma vez que nossa equipe segue tendo seus e-mails com pedidos de informação ignorados e até sendo impedidos da participação de coletivas de imprensa. 

Desde aquela época, a Gazeta já acusava a situação que afronta à liberdade de imprensa e o acesso à informação o qual todos os leitores deste jornal têm direito. No passado e no presente, a Prefeitura iniciou um movimento de recusar os pedidos formalizados pelos jornalistas. As fontes, entre elas secretários e diretores da Administração Municipal, que antes atendiam com muito respeito, passaram a ser proibidos de conversar com os profissionais. Alguns, inclusive, chegaram a manifestar informalmente que não falariam com a reportagem porque estavam impedidos. É preciso deixar claro que, em nenhum momento, a Gazeta deixou de enviar e-mails e pedidos de informação e, também, cumprindo rigorosamente a lei e a ética da profissão, sempre ofereceu total espaço à Prefeitura de Limeira para que pudesse de manifestar sobre todos os assuntos abordados. 

Em muitos momentos, a equipe de jornalistas insistiam via telefone e WhatsApp para confirmar se o pedido havia sido recebido e destacar o espaço oferecido, porém, sempre sendo ignorados e, muitas vezes, tratados com desdém. 

Não podemos dizer que a censura imposta pelo poder público impediu o trabalho pois, com uma equipe incansável, ao longo desses quase três anos, a Gazeta sempre priorizou o leitor e buscou colocar em suas páginas todas as informações relevantes, muitas delas, inclusive, durante o período mais crítico da covid-19. 

O cerceamento da Prefeitura não impediu as informações, mas, sem dúvida, prejudicou e muito o acesso a dados e os jornalistas tiveram que desempenhar um esforço, por vezes, extraordinário para conseguir informações, enquanto que, outros veículos, do agrado do governo, as recebiam com muito mais facilidade e rapidez. É preciso reafirmar que a Secretaria de Comunicações se trata de órgão público, mantido com recursos públicos e deveria atender a todos de forma igual e respeitosa. 

É preciso abordar ainda que a Gazeta não é convidada a coletivas de imprensa ainda, passados todos esses anos, e tendo comprovada sua forma de trabalho de maneira íntegra. O comportamento adotado pelo Governo Municipal em 2020, prossegue como regra em 2023. Esse fator é considerado grave e antidemocrático. 

E, mais uma vez, comprovando seu objetivo de informar com isenção, os jornalistas sempre procuram informar aos leitores sobre fatos relevantes, fosse por meio dos releases da própria Prefeitura ou outras instituições. Um exemplo é o que foi anunciado recentemente, que é a autorização para que Limeira receba o curso de Medicina. A equipe da Gazeta novamente não foi convidada pela Prefeitura, mas informou, mantendo seu papel e compromisso com o leitor. 

Para TSE, críticas ao Executivo é de interesse da população 

Em outro processo movido contra a Gazeta e a Família Félix, o Tribunal Superior Eleitoral (TSE), determinou a reinserção do cargo da vereadora Constância Félix e a elegibilidade do ex-prefeito Silvio Félix e do ex-deputado estadual Murilo Félix. No processo que alegava abuso do poder econômico e, quanto ao uso indevido do jornal, o ministro Ricardo Lewandowski destacou: “Da transcrição do aresto recorrido, extrai-se que, após a venda do Jornal, houve mudança na linha editorial, passando-se a veicular mais matérias de cunho político. Todavia, verifica-se que as notícias divulgadas continham críticas relacionadas à gestão do então prefeito que, a meu sentir, constitui matéria de interesse público e, portanto, encontra-se abrangida pelo direito à informação e à liberdade de imprensa”. 

A decisão judicial foi tomada após uma investigação detalhada, que concluiu que não houve irregularidades na compra da Gazeta e que o jornalismo praticado pela empresa é sério e imparcial. Essa vitória é uma grande conquista para a imprensa livre e para o jornalismo sério. A Gazeta sempre se pautou pela ética e pela imparcialidade em suas reportagens e, por isso, foi alvo de perseguição de outros meios de comunicação que tentaram desacreditar o trabalho do jornal.

Ao longo desses anos, as práticas prejudicaram os profissionais de jornalismo. Por meio de programas de rádio ou até mesmo posicionamentos veiculados naquela época, muitos foram ridicularizados, tendo sua competência colocada à prova, sem ter chance de se posicionarem. Mesmo diante de comentários desrespeitosos, mantiveram seu trabalho de modo idôneo. 

A prova desse compromisso pode ser conferida diariamente em nossas páginas que trazem notícias dos mais diversos segmentos e com entrevistas de autoridades da cidade e região. A Gazeta reafirma seu valor ao longo do tempo e, com 92 anos de história, não poderia ceder ao cerceamento de um governo que apenas fala com aqueles a quem aprova. 

Governos e autoridades, conforme comprova a história, passam, uma vez que o processo democrático permite aos cidadãos irem às urnas a cada quatro anos e fazer suas escolhas. No entanto, uma imprensa livre, imparcial e idônea permanece e se mantém necessária no serviço de dar voz à população. Mesmo em face de impedimentos e perseguições, a Gazeta de Limeira segue, se renova e é um exemplo de como o jornalismo sério e imparcial pode fazer a diferença na sociedade.

 

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