Ataque em escola do Paraná reacende discussão sobre medidas de segurança
O ataque cometido na manhã de ontem no Colégio Estadual Professora Helena Kolody, em Cambé, no Paraná, que deixou uma estudante morta e outro gravemente ferido, reacendeu a discussão sobre as medidas de segurança e prevenção no ambiente escolar. Desde o mês de abril, quando uma onda de ataques em escolas chocou o país, pouco foi feito para garantir a segurança de crianças, professores e de toda a comunidade escolar em Limeira.
Na Câmara Municipal, o assunto foi retomado na semana passada, quando o projeto de lei n° 50/2023, que dispõe sobre a presença da Guarda Civil Municipal nas escolas municipais teve seu parecer inconstitucional e gerou insatisfação por parte do vereador Nilton Santos. Ontem, o projeto entrou novamente na pauta da sessão em regime de urgência especial.
“Esse projeto depois que se acalmou as menções de ataques em escolas, dentro da Câmara de Limeira, recebeu parecer contrário. E pasmem, as alegações do parecer contrário é que este meu projeto gera gasto ao Poder Executivo. Como assim? Este projeto indica a necessidade do Poder Executivo alocar os próprios guardas municipais, inclusive aqueles que nós votamos aqui com a anuência de todos, que são aposentados e que estão em seus dias de folga, que eles prestem serviços para assegurar que as escolas e os nossos alunos tenham o mínimo de segurança e eu recebo em meu gabinete a seguinte conclusão: que este projeto não pode prosperar por que ele é inconstitucional. Como que aqui na frente da Câmara Municipal tem Guarda? Como que no pedágio para guardar as moedas e o dinheiro tem Guarda? Como no campo de futebol tem a presença da Guarda Municipal? E nas escolas não podem?”, disse.
O projeto precisa de 7 assinaturas para ser votado novamente em sessão ordinária. Segundo o vereador Nilton, o parecer inconstitucional é opinativo, ou seja, os vereadores podem aprovar na próxima sessão que acontece no dia 26. "Peço apoio da comunidade que lotem o plenário e nos ajudem a sancionar esse projeto", disse. Até a noite de ontem, apenas o vereador Nilton e o vereador Ceará assinaram a propositura.
Ainda segundo o vereador, cabe aos vereadores legislar pela segurança das crianças da cidade de Limeira e cabe ao Executivo trazer esse olhar cuidadoso para com as escolas. “A minha parte eu estou fazendo”, disse. Ontem, o assunto foi novamente discutido na Câmara Municipal. O projeto ganhou ainda mais força após um ex-aluno entrar armado no Colégio Estadual Professora Helena Kolody, alegando que solicitaria o seu histórico escolar. O município fica próximo da cidade de Londrina.
O agressor foi imobilizado por um professor e, posteriormente, detido e encaminhado para Londrina. Por meio das redes sociais, o governador do Paraná, Carlos Massa Ratinho Junior (PSD), considerou a tragédia como crime bárbaro. "A violência do brutal ataque em uma escola estadual em Cambé causa indignação e pesar. O assassino foi preso, será julgado e condenado pelo crime bárbaro que cometeu", publicou.
Este ano, uma série de ataques chocou o país. Desde janeiro, pelo menos seis pessoas morreram em razão de atos violentos praticados em colégios no país. Em 27 de março, um adolescente de 13 anos esfaqueou quatro professoras e um aluno dentro da Escola Estadual Thomazia Montoro, na Vila Sônia, na zona oeste da capital paulista. Por volta das 10h30 daquele dia, foi confirmada a morte da professora identificada como Elisabeth Tenreiro, de 71 anos.
No dia 5 de abril, um ataque na creche Cantinho Bom Pastor na Rua dos Caçadores, em Blumenau, no Vale do Itajaí, em Santa Catarina, deixou quatro crianças mortas. As vítimas foram três meninos e uma menina, de 4 a 7 anos. O agressor, de 25 anos, levava uma machadinha e, após fugir do local do crime, se apresentou ao 10° Batalhão de Polícia Militar, onde foi preso e encaminhado à Polícia Civil.
No dia 10 de abril, dois estudantes e uma professora ficaram feridos após um aluno promover um ataque à escola Instituto Adventista de Manaus (IAM), na capital amazonense. No dia 11 de abril, um aluno de 13 anos entrou armado com uma faca na escola pública onde estuda e usou a arma para ferir duas estudantes em Santa Tereza de Goiás, região norte do Estado.
LIMEIRA
Além do projeto que visa a presença dos guardas municipais nas escolas, mais dois projetos foram votados na Câmara este ano visando a proteção dos alunos e professores. A Prefeitura de Limeira sancionou em abril a lei da vereadora Lu Bogo que disponibiliza o dispositivo de alerta de segurança (DAS) nas escolas municipais, que também é acionado a Guarda Civil Municipal. A proposta foi acolhida com a disponibilidade em caráter de transição do aplicativo para as escolas. Neste mês, o projeto de lei que obriga a implantação de detectores de metais ou portas giratórias nas escolas públicas da rede municipal de ensino e também da rede particular recebeu parecer favorável, mas ainda não tem previsão para ser implantado nas escolas.
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