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2023 tem aumento de inclusões no SCPC e queda nas exclusões  

 

Dados mostram crescimento da inadimplência no primeiro semestre do ano em relação ao mesmo período de 2022

 

Cintia Ferreira

Números divulgados pelo Serviço Central de Proteção ao Crédito (SCPC) mostram aumento na inadimplência, em Limeira, nos primeiros seis meses deste ano em relação ao mesmo período de 2022. Para especialista ouvido pela Gazeta, os números de inclusões no SCPC revelam um cenário preocupante. Tanto em valores quanto em quantidade.

Houve um aumento considerável de um período para outro. Em 2023, os valores de inclusão atingiram R$ 6.537.432,26, representando uma variação de 12,48% em relação a 2022. Além disso, o número de inclusões aumentou em 36,77%, com 15.075 registros.

Professor de Economia e Finanças da FCA/ Unicamp Luiz Eduardo Gaio também avaliou os números. “Esses dados indicam que mais pessoas se tornaram inadimplentes durante esse período, refletindo um aumento da dívida e uma maior dificuldade em honrar compromissos financeiros”, cita.

Ele pontua ainda que o problema se agrava quando se observa também os números de exclusões. “Neste caso espera-se que haja um aumento nas exclusões das dívidas. Mas não foi o caso. Houve uma queda acentuada tanto nos valores (-51,44%) quanto na quantidade (-16,39%) de exclusões em 2023. Esses números sugerem que menos pessoas conseguiram regularizar suas pendências financeiras, levando a uma piora no índice de inadimplência na região”, avalia ele.

RECUPERAÇÃO

No entanto, os dados divulgados pela Acil, mostram que a Central de Recuperação de Crédito (CRC) apresenta resultados promissores. O valor recuperado para o mercado em 2023 foi de R$ 402.088,66, representando um aumento de 23,57% em relação ao ano anterior. Além disso, o valor da carteira da CRC cresceu 24,09%, alcançando R$ 131.494.198,02.

 

“Esses números demonstram que a CRC tem obtido sucesso em suas atividades de cobrança amigável e personalizada, possibilitando a recuperação de parte dos valores devidos”.

Uma possível explicação para o nível de endividamento das famílias, comenta o especialista, está relacionada à elevada taxa de juros do mercado. “Quanto maior o endividamento, maiores serão as taxas cobradas pelos bancos, devido à elevação do risco financeiro (risco de crédito). Por outro lado, acredito que tais valores possam ter uma breve melhora nos próximos meses ou anos, devido às condições econômicas do país”.
Ele avalia ainda que os números da economia têm apresentado melhoras nos níveis de emprego, inflação e atividade. O que abre espaço para a melhora na renda e redução dos juros. Esses fatores podem contribuir para uma melhoria gradual da situação financeira dos consumidores e empresas de Limeira.

“No entanto, é fundamental que medidas sejam tomadas para conter o crescimento da inadimplência, como o estímulo à educação financeira, a oferta de condições mais favoráveis para renegociações, apoio a programas de recuperação de crédito e disponibilidade de créditos a baixo custo para que pessoas de baixa renda possam reestruturar duas dúvidas. Somente assim será possível estabelecer uma base sólida para o crescimento econômico sustentável e fortalecer a confiança no mercado local”, conclui o professor de Economia.

 

Foto Arquivo Gazeta
Apesar de alta na inadimplência, Central de Recuperação de Crédito tem números promissores

 

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78,5% das famílias brasileiras
estão endividadas, diz pesquisa

 

O percentual de famílias que relataram ter dívidas a vencer avançou 0,2 ponto percentual (pp) em junho, atingindo 78,5% das famílias no país. As que se consideram muito endividadas são 18,5% desse total. Segundo a Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC), que divulgou os números nesta semana, este é o maior volume da série histórica, iniciada em janeiro de 2010. Os dados fazem parte da Pesquisa de Endividamento e Inadimplência do Consumidor (Peic), apurada mensalmente pela CNC.

De acordo com a CNC, o aumento do número de endividados interrompeu uma sequência de quatro meses de estabilidade do indicador.
Para o presidente da CNC, José Roberto Tadros, a economia brasileira passa por um cenário de endividamento e inadimplência crescente, e isso atinge a capacidade de consumo das famílias. “O equilíbrio entre os objetivos de estabilidade de preços e o crescimento econômico é um desafio a ser perseguido e que será determinante para a retomada do desenvolvimento do País”, aponta texto divulgado pela CNC sobre o resultado de junho.
A pesquisa mostrou que, mesmo com o aumento do endividamento em junho, um mês antes do que a CNC estimava, a parcela média da renda comprometida com dívidas registrou o menor percentual desde setembro de 2020, ao atingir 29,6%. (Agência Brasil)

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