O tempo seco, dias frios e outros fatores elevam consideravelmente os casos gripais. No inverno, com o aumento dos casos de doenças respiratórias, a Santa Casa de Limeira alertou sobre a real necessidade de ir ao Pronto Socorro (PS). Segundo o diretor técnico e médico otorrinolaringologista, Luis Francisco de Oliveira, é preciso ter conscientização para evitar contaminações de outros vírus e bactérias.

O Pronto-Socorro, especialmente os que são referência de atendimento também para outros municípios, como a Santa Casa de Limeira, e porta-aberta para urgências e emergências, naturalmente já têm importante fluxo de pessoas para atendimento. Estes casos já tomam toda a atenção das equipes. Portanto, "se não há risco iminente à vida, Pronto-Socorro não é o local ideal para identificação de doenças de inverno e tratamento".

O médico explica quais sintomas são considerados leves e quais precisam de atenção. Entre os sintomas comuns: congestão nasal, secreção (coriza), tosse, dificuldade respiratória, febre baixa. Já os sintomas preocupantes são: febre alta e persistente, tosse intensa e ininterrupta e falta de ar. Para esses casps, a população pode procurar a Unidade Básica de Saúde (UBSs) mais próxima de sua residência ou nas unidades de Pronto Atendimento.

Quando são apresentados os sintomas classificados como leves, comuns, o autocuidado também pode ser feito com analgésicos e antitérmicos, como por exemplo: dipirona, paracetamol, ibuprofeno, desde que não haja qualquer contraindicação ao uso desses medicamentos. Estas substâncias aliviam sintomas, mal-estar, baixam a febre e ajudam a pessoa a suportar o período que ela precisa passar de infecção até se recuperar. Lavagem nasal com soro também ajuda a remover a secreção e aliviar o mal-estar.

O médico explica que, quando os sintomas atingem os sinais de atenção, há necessidade de avaliação médica. "Então, se está com falta de ar e tosse muito persistente, que dificulta até a alimentação; febre alta que não baixa com medicamentos e leva a um significativo mal-estar, o profissional precisa avaliar para verificar se existe alguma outra doença, além das clássicas de inverno. O médico vai identificar o tipo de infecção, se tem alguma outra secundária agravando. Então, com os sintomas de atenção há necessidade de atendimento médico", diz.

O médico lembra que num PS, com um paciente contaminado por agentes gripais, este também passa a ser um transmissor. "Pode disseminar a doença para mais pessoas que estão na espera ou, então, ser contaminado por algum outro vírus ou bactéria que até então não tinha adquirido. A pessoa já está em momento de fragilidade de saúde e pode correr outros riscos com esta exposição".

Em casos não urgentes, as alternativas de atendimento médico para avaliação da condição de saúde por doenças gripais são: na rede pública, os Pronto Atendimentos, que têm todas as condições de avaliação dos sintomas preocupantes. "Se o profissional identificar situação de gravidade que precisa de um hospital, ele mesmo fará contato com a Santa Casa, explicando a situação e encaminhando o paciente para transferência".
 
Se os sintomas não forem preocupantes, Oliveira explica que o ideal é tentar marcar consulta, seja numa unidade básica, pelo SUS, ou no consultório de um médico da área respiratória do plano de saúde que tiver. "Os especialistas desta área estão acostumados nesta época do ano a fazer encaixes justamente pela alta demanda".

O PS, por sua vez, fica reservado aos pacientes com comorbidades graves, como por exemplo: o paciente que está com sintoma gripal e teve uma piora rápida e ele já tem doença de base (diabético mal controlado, cardíaco, o que já tem problemas pulmonares, pacientes com câncer, os que já estão naturalmente fragilizados). Nestas condições, os que estão com sinais gripais preocupantes e que não vão conseguir atendimento com o seu médico rápido, justificam a ida ao PS.