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Cidadela União: projeto é suspenso por falta de parceria

O conjunto de obras do Cidadela União segue suspenso em Limeira, após o cancelamento da parceria por parte de uma das empresas. Em documento enviado para a Comissão de Obras e Serviços Públicos, a HBS Participações comunicou que não participará da reunião marcada para esta quinta-feira (6), “tendo em vista o cancelamento do projeto ora citado por parte da parceira Direcional desde o dia 16 de junho, estando, por hora, o projeto suspenso até que se possa retomar o mesmo com nova parceira”. O projeto foi anunciado no final de 2017 e até hoje não saiu do papel. 

A Comissão havia agendado uma nova reunião com os representantes da HBS e Direcional, e com o secretário Matias Razzo para discutir os andamentos da liberação dos projetos. O tema foi amplamente discutido no mês de maio, conforme a Gazeta trouxe na edição no dia 20. Segundo informações do gabinete do vereador João Antunes, presidente da Comissão, a suspensão da obra será comunicada na reunião desta quinta-feira. “Oficialmente, a informação que temos é que o projeto segue suspenso, até uma nova parceria com a HBS Participações”, informou. 

A suspensão também foi tema de um requerimento protocolado nesta semana pela vereadora Constância Félix. “Tive conhecimento do cancelamento do projeto por meio de comunicado da empresa HBS à Comissão de Obras. À comissão, a Direcional, empresa responsável pela construção dos apartamentos, explicou que o projeto está na Prefeitura desde 2018 para aprovação e frequentemente a Secretaria de Urbanismo pede alterações”, destacou. 

A parlamentar questionou a Prefeitura sobre quais foram os motivos que levaram a suspensão da construção do empreendimento. “Eu vejo esse cancelamento como um prejuízo para a cidade, pois se trata de um empreendimento de grande importância, tanto economicamente como socialmente e, por isso, pedi informações à Prefeitura sobre os trâmites do andamento do processo”, disse. 

Anunciada no final de 2017 como empreendimento que deve revitalizar a região da Vila Camargo, onde está o complexo da antiga Refinaria União, a Cidadela União, a obra foi amplamente divulgada em campanhas políticas na época e uma promessa de sanar a situação de abandono da área e da preocupação por parte dos moradores da região. Além disso, o conjunto de obras do Cidadela União prevê a entrega de um Terminal Intermodal de Passageiros, um parque urbano linear e um empreendimento habitacional de interesse social com no mínimo 100 unidades habitacionais de caráter social ao Município.  

Há anos, moradores reclamam do descaso que o local se encontra. Tema de inúmeras reportagens da Gazeta, a área acumula mato alto, animais peçonhentos e se tornou uma área insegura, devido à presença se usuários de drogas, além de furtos constantes em residências próximas.  Além disso, Limeira ficou sem a rodoviária e sem o terreno para essa finalidade que estava garantido há uma década. Governos anteriores tentaram mudar o terminal de lugar para inclusive receber mais viações, pois também havia reclamações da localidade, em plena região central, e a falta de segurança para os passageiros. 

PROBLEMAS 

Na reunião de maio, vários entraves foram debatidos na reunião realizada na Câmara. O representante da HBS, Eduardo Bonadio, explicou que a empresa atua como empreendedor do terreno e buscou parceiros para as edificações. Há três anos, a Direcional havia fechado parceria com a HBS. Contudo, o projeto inicial apresentado passou por alterações, para se adequar ao padrão construtivo da Direcional, informou Bonadio. 

Ele mencionou a complexidade e o tempo como entraves. “É um projeto complexo, por conta da magnitude e dos usos dos espaços. Temos uma área de 135 mil metros; é praticamente um bairro. Existe a princípio uma parte residencial a ser construída e o remanescente terá destinação a princípio mista, contemplando área comercial, além da implantação da nova rodoviária da cidade”, descreveu.    

Bonadio disse que hoje são calculados custos na ordem de R$ 14 milhões, somente em contrapartidas. “A conta não fecha. É necessário levar em consideração a viabilidade econômica. Não estamos aqui para alegar desconhecimento em relação às obrigações e é um compromisso nosso respeitar 100% da legislação municipal. Mas é importante pontuar que há subjetividade nas contrapartidas e nas necessidades mitigações dos impactos, as quais hoje estamos no escuro sobre o montante financeiro que será necessário”, posicionou. 

Na época, a representante da Direcional, Helena Figueiredo explicou que Limeira possui uma legislação peculiar que dificulta a viabilização do projeto. “Limeira tem uma legislação exigente com relação ao dimensionamento dos cômodos, por exemplo, que devem ser maiores que o convencional e tornam mais cara a concepção do projeto, inviabilizando a parte econômica”. A Gazeta procurou a HBS Participações e a Direcional Engenharia, mas não obteve retorno até o fechamento desta edição.

 

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