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Volume de materiais recicláveis coletados cai 66% em Limeira

A Coopereli, fundada há 20 anos, é a única cooperativa de reciclagem de lixo em Limeira. Atualmente possui 12 cooperados, mas já chegou a ter mais de 40. O motivo da diminuição da quantidade de trabalhadores está diretamente ligado à redução da quantidade de materiais encaminhados pela Prefeitura à entidade. Há alguns anos, três caminhões faziam a coleta de lixo reciclável na cidade e eram encaminhadas para a cooperativa aproximadamente 60 toneladas de materiais por mês. Hoje, somente um caminhão faz a coleta, que entrega cerca de 20 toneladas de materiais por mês.  

 

A presidente da cooperativa, Rose Mirian Brito, destacou que a cooperativa também tem uma dívida antiga, já negociada, pela concessão do terreno e também precisa arcar com os custos de iluminação, o que impacta ainda mais na renda dos cooperados. “Houve uma redução muito grande, o que recebemos não é suficiente para a quantidade de trabalhadores que já temos, por isso não podemos aumentar o número de cooperados”, explicou.

 

Rose também disse que a falta de materiais para reciclar fez com que a renda dos cooperados diminuísse, hoje eles possuem uma renda média de R$1.200,00 cada, porém é variável e pode ser menor e faz com que eles não possam despender de parte do valor para contribuir com a Previdência Social e ter uma garantia de aposentadoria no futuro. “A gente também não contribui com o INSS porque o dinheiro não dá e porque temos medo de perder o auxílio alimentação da Prefeitura ou o Bolsa Família, que são nossas únicas garantias financeiras, pois a renda aqui é variável e não temos garantia se vamos receber o suficiente para o nosso sustento”, disse uma das cooperadas.

 

Segundo a presidente da Coopereli, há muitas melhorias que precisam ser feitas no local, como a pavimentação de parte do terreno onde ficam os grandes sacos de materiais e colocar cobertura, o conserto da esteira e do elevador de materiais que estão quebrados há anos, manutenção das prensas e dos portões e trocar as lâmpadas do barracão de separação de materiais. No entanto, a entidade não tem condições financeiras de custear tudo isso, afirmou.

 

COMISSÃO

 

A Comissão de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável da Câmara visitou as instalações da Cooperativa de Reciclagem de Limeira (Coopereli) com o objetivo de verificar a rotina e conhecer as demandas e necessidades dos trabalhadores. “Estou impressionada negativamente”, afirmou a presidente do colegiado, Tatiane Lopes. Segundo ela, o serviço prestado pela cooperativa é de grande utilidade pública para a cidade e para o meio ambiente, por isso precisa de mais incentivo e apoio do Poder Público.

 

Além de Tatiane Lopes, o vereador Airton do Vitório Lucato (PL), vice-presidente da Comissão, e a vereadora Constância Félix (PDT) foram recebidos por Rose e pelos demais colaboradores. Os vereadores ficaram muito preocupados com a redução do número de caminhões a prestarem o serviço e consequentemente com a redução do material entregue para a cooperativa.

 

“Para onde está indo esse material, será que está indo para o Aterro? ”, questionou Tatiane. Os vereadores justificaram a preocupação por conta do tamanho da população de Limeira, que provavelmente produz uma grande quantidade de lixo diariamente, e se o material reciclável não está sendo separado do lixo comum, ele pode estar indo em sua grande maioria ao Aterro Sanitário da cidade, o que diminuirá a capacidade dele ao longo dos anos.

 

FISCALIZAÇÃO

 

Para entender o que está acontecendo, a Comissão vai elaborar requerimentos com questionamentos à Prefeitura sobre a diminuição da coleta seletiva e também vai programar uma visita ao Aterro Sanitário em breve. “Nós vamos fiscalizar e descobrir o que está acontecendo com o lixo da cidade”, pontuou Tatiane.

 

Os vereadores ressaltaram que a Coopereli, deveria receber mais incentivos e apoio do Poder Público. “ Essa é a única cooperativa de reciclagem da cidade e ela presta um serviço essencial para o município e para o meio ambiente”, destacou Tatiane.

Além de receber os materiais recicláveis da Prefeitura, também é possível que a população doe os materiais recicláveis diretamente para a cooperativa, que fica na Rua Antônio de Luna, 1323, no Parque Aeroporto.

 

A cooperativa tem trabalhadores capacitados para desmontar lixo eletrônico, como computadores, por exemplo, mas esses materiais nunca chegam até eles, apesar de poderem ser bem aproveitados pelos cooperados. A falta de equipamentos de proteção individual (EPI) também é um problema. Segundo Rose, há algum tempo atrás a cooperativa recebeu uma doação de EPI’s, mas eles já acabaram.

 

 

 

 

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