Cerca de 97% dos cães e gatos de Limeira não recebem as doses da vacina antirrábica. Isso por que, a cidade não realiza desde 2018 a Campanha de Vacinação Antirrábica e a Prefeitura não solicita as doses necessárias do Governo do Estado. Em 2022, apenas 1.200 doses foram aplicadas no CCZ (Centro de Controle de Zoonoses). Este ano, apenas 774 doses. Para dados comparativos, na última edição da campanha na cidade, em 2018, foram aplicadas mais de 29 mil doses da vacina.

Os dados foram informados pela vereadora Tatiane Lopes na última sessão camarária. Este mês, ela enviou uma Moção de Apelo a Secretaria de Estado da Saúde para envio dos imunobiológicos para a volta das campanhas de vacinação antirrábicas no município de Limeira. A Moção foi aprovada e assinada pelos demais vereadores. Ela solicita a volta das campanhas de vacinação antirrábica no município e para que isso aconteça, cerca de 30 mil doses precisam ser disponibilizadas.

“O que se pode observar é que quando a vacinação acontece in loco, mais pessoas levam seus cães e gatos para se protegerem da raiva. Em Limeira não há incidência da doença, no entanto a vacinação é uma das responsáveis para essa prevenção”, afirmou. Ela destacou que há uma preocupação com a doença, já que houve casos de humanos vítimas da raiva em Minas Gerais, Distrito Federal e São Paulo, amplamente divulgados pela imprensa em 2022, e em 2023, em morcegos, na cidade vizinha de Piracicaba.

“Pedimos, também, se for o caso, a intervenção do Ministério da Saúde, que em referência a Moção de Apelo desta Casa de Leis de número 143/2022 respondeu que para obter os imunobiológicos necessários para uma possível realização de uma campanha, a Câmara Municipal de Limeira deverá contatar a Secretaria Estadual de Saúde de São Paulo para solicitar a vacina antirrábica animal”, destaca a Moção.

A vereadora chegou a comentar que o secretário de Saúde, Vitor Santos demonstrou “interesse” em retomar a campanha. “Vamos nos unir para que a gente consiga novamente a realização das campanhas nas escolas e nos bairros para que a gente consiga prevenir que não haja nenhum caso nem em animais e muito menos em humanos”, afirmou. O vereador Nilton Santos também destacou a importância da campanha e o vereador Ceará criticou a falta de um deputado estadual na cidade para intermediar subsídios para Limeira.

A vereadora Constância Félix também se manifestou em relação a Moção, tendo inclusive, protocolado um requerimento este mês solicitando as doses para o município. Ela destacou que a Prefeitura vem descumprindo a Lei de autoria do vereador Dr. Júlio.  “A minha preocupação é que nós temos uma Lei, nesse caso, o estado tem obrigação de enviar ao município se tiver casos, mas Iracemápolis e Artur Nogueira receberam as vacinas para a realização de campanhas. Faltou realmente a Prefeitura ir atrás – independente se o Estado vai mandar ou não – o município tem recursos próprios e pode e deve comprar essas vacinas”, destaca.

Conforme a Gazeta divulgou recentemente, a Lei Municipal 5.416/14, de autoria do vereador Dr. Julio, instituiu no Calendário Oficial de Eventos do Município de Limeira a “Campanha de Vacinação Antirrábica”, a ser realizada anualmente, no mês de agosto. “Em 2014 eu propus esse Projeto de Lei e o então prefeito Paulo Hadich sancionou, só que essa Lei nos últimos tempos não tem sido cumprida, não tem sido divulgada e eu me lembro desde garotinho que agosto era o mês do ‘cachorro louco’, todo mundo tinha medo de se aproximar dos cachorros. A doença tem um sério risco ao ser humano e pode levar a óbito. É preciso que a Prefeitura se conscientize, pois, Lei é para se cumprir e não se jogar na gaveta”, afirma.  

Legenda: Sem campanha antirrábica, 97% dos cães e gatos não recebem vacinas