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Trabalhadores do Grupo Hapvida anunciam greve

Os trabalhadores do Grupo Hapvida, que engloba o Hospital, Plano de Saúde e a Ultra Som Serviços Médicos, anunciaram greve a partir do dia 5 de setembro em Limeira. A reivindicação é para melhores salários e benefícios. Em nota, a empresa informou que os atendimentos estarão garantidos e que estão dispostos ao diálogo.

 

Segundo informações do Sinsaúde de Limeira, cerca de 370 trabalhadores dos quase 600 funcionários do Grupo Hapvida participaram de duas assembleias, nos dias 28 e 29, e a maioria decidiu recusar a proposta enviada pela patronal. “Os trabalhadores estão insatisfeitos com a proposta feita pela empresa que não valoriza a dedicação da categoria à população de Limeira. Agora é hora de lutar por melhores condições. Pedimos o apoio de toda a sociedade em favor desta luta”, convoca o presidente da subsede do Sinsaúde em Limeira, Leandro Barreto.

 

Dos participantes na assembleia, 274 disseram sim à greve, 92 foram contra e houve 2 abstenções. Apesar das muitas tentativas de negociação entre o Sinsaúde e a empresa, não houve acordo, mas muita frustração. “Foram reuniões, atos públicos, audiências mediadas pelo Ministério Público do Trabalho (MPT) e a Hapvida ofereceu apenas 3,74% a partir de agosto e abono para as perdas de junho e julho”, destaca.

 

A categoria pede 11,83% de reajuste salarial, que são os 3,74% do INPC (Índice Nacional de Preços ao Consumidor) mais 8% de aumento real. Os trabalhadores também reivindicam um vale-alimentação de R$ 600, adicional de insalubridade para todos do Hospital, participação nos lucros, entre outros benefícios.

 

“Não dá mais para tolerar a insensibilidade do Grupo Hapvida, que movimentou mais de R$ 6,5 bilhões e lucrou mais de R$ 634 milhões nos primeiros três meses deste ano, um crescimento de 63,5%, tem mais de R$ 1,7 bilhão em investimentos financeiros e que pagou, em 2022, R$ 82 milhões em salários para o seu presidente, segundo relata a mídia, e que não tem a capacidade de negociar de forma justa com seus trabalhadores na campanha salarial e oferecer um aumento decente para os trabalhadores. Mas talvez seja mesquinhez da empresa em Limeira, porque no estado do Ceará o Hapvida deu até 7,12% de aumento aos trabalhadores, índice acima da inflação. Por que esta diferença? Os trabalhadores do Interior de São Paulo, uma das regiões mais ricas do País, não fazem o mesmo atendimento que é feito ao povo cearense?”, destacou.

 

O Sinsaúde apresentou as reivindicações dos trabalhadores à empresa em abril. “Estamos no final de agosto e ainda num impasse, depois de cinco meses. A data-base da categoria é 1º. de junho e já deveria haver um novo acordo. “A empresa ofereceu 3,74%. Uma vergonha. Uma precarização da Saúde de Limeira”, afirma.

 

O Sindicato pede apoio das autoridades e da população, principalmente dos usuários do Hapvida, para que seja aberto um canal de negociação de fato, que atenda às reivindicações dos trabalhadores e que o atendimento não seja prejudicado. “Queremos apenas valorização dos profissionais da saúde, que sempre estão ao lado da população quando ela mais precisa”, finaliza.

 

Em nota, a Hapvida tranquiliza a população quanto à manutenção dos atendimentos na cidade de Limeira. “Os atendimentos estarão garantidos em nossa unidade localizada no município. Com relação às negociações sindicais, continuamos dispostos ao diálogo. A informação de um eventual movimento paredista deflagrado pelo Sindicato nos causa surpresa, uma vez que a Assembleia por eles convocada era, justamente, para levar a proposta alinhada entre empresa e Sindicato. Sequer fomos chamados a avaliar uma contraproposta, fato que seria natural, face a não aprovação da proposta em Assembleia. Porém, reforçando, continuamos abertos às negociações. A empresa reitera que continua à disposição de nossos clientes e colaboradores”, destacou.

 

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