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‘Cada vez mais temos encontrado o câncer de mama em mulheres mais jovens’  

 

 

Especialista afirma que, se detectada a doença no início, a chance de cura ultrapassa 95%

 

 

 

“Cada vez mais temos encontrado casos de câncer de mama em mulheres mais jovens. Daí a importância de fazer a abordagem nessas pacientes”. A fala é do médico Flávio Dias de Oliveira, oncologista clínico geral da Hapvida Notredame Intermédica. Neste Outubro Rosa, o especialista sobre a importância das mulheres estarem atentas aos sinais e também buscarem ajuda médica.

De acordo com o médico, o câncer de mama é uma doença que tem alta incidência, mas que, se detectada no início, a chance de cura ultrapassa 95%.
“O Outubro Rosa é uma proposta que abrange do norte ao sul do Brasil. Então, é uma forma importante que nós temos de chamar a atenção de todas as mulheres do nosso país para a detecção do câncer de mama”, cita.

 

 

Como o sr. vê a questão do Outubro Rosa em nossa sociedade?

É sempre importante reservar um mês do ano para que a gente possa destacar a relevância de um assunto tão importante como o câncer de mama. Creio que é bom lembrar da questão da saúde como um todo, e aí também devemos ficar alertas a outro tipo de tumor que também acontece única e exclusivamente com a mulher: o câncer de colo de útero.

Mas, especificamente nos registros de mama, o cenário atual mostra a importância do tema. Estamos diante da doença de maior incidência na população feminina. Também é a segunda maior doença em incidência na população como um todo, quando somados os casos masculinos e femininos, perdendo apenas para os registros de câncer de pele não melanoma.

O câncer de mama é uma doença que tem alta incidência, mas que, se detectada no início, a chance de cura ultrapassa 95%.

 

Quais os cuidados que a mulher deve ter em relação a esse tipo de câncer?

Segundo a Sociedade Brasileira de Mastologia, o principal cuidado que a mulher deve ter, a partir dos 40 anos de idade, é a mamografia, que deve ser feita uma vez a cada ano ou a cada 2 anos. É um pouco diferente do recomendado pela Organização Mundial da Saúde e pelo Ministério da Saúde, que preconiza o exame obrigatório a partir dos 50 anos.

 

Por que há essa diferença de recomendação?

Cada vez mais temos encontrado casos de câncer de mama em mulheres mais jovens. Daí a importância de fazer a abordagem nessas pacientes. Elas são muito jovens e ainda não têm indicação de fazer a mamografia. Porém, devem passar sempre pelo ginecologista e o mastologista a fim de fazer ultrassom de mama ou qualquer outro método de detecção, como a ressonância por exemplo. O objetivo do exame é detectar eventuais alterações nas fases iniciais para que possamos iniciar o tratamento o mais rápido possível e haver uma maior chance de cura.

 

Como está a incidência entre o público masculino?

Os homens também podem sofrer com casos de mama. Porém, não é uma patologia tão frequente. O número de casos não tem aumentado muito. No público masculino, é uma doença de mais fácil detecção porque o homem tem menos parênquima mamário do que a mulher.

 

Como é a agressividade do câncer de mama em pacientes mais novas?

Toda mulher deve fazer a mamografia a partir dos 40 anos de idade. Isso é importante porque, quanto mais nova é a paciente, mais agressiva é esse tipo de lesão.

Vale esclarecer que o câncer mais agressivo é o de pulmão. No entanto, ele tem uma alta prevalência e uma baixa incidência, ou seja, há menos casos mas, quando ocorrem, são detectados numa fase tardia e o risco de morte é maior.

 

Qual a importância da mamografia?

A mamografia é a peça fundamental dessa detecção, e, nesse processo, ela mudou radicalmente os dados de mortalidade da doença, que hoje são menores. Isso porque, no autoexame ou no exame físico feito pelo médico, as lesões detectadas são apenas as maiores do que um centímetro. A mamografia detecta lesões menores que meio centímetro e aponta também microcalcificações que a mão humana não é capaz de identificar.

Agora, é importante ressaltar que a mamografia, que é disponibilizada pelo SUS gratuitamente, se encaixa como exame de rastreamento, o que é diferente de detecção precoce. A detecção precoce é a mulher ir ao ginecologista ou mastologista, fazendo uma consulta sempre que perceber qualquer sinal ou sintoma que seja diferente do habitual.

 

Quais seriam esses sintomas?

Pode ser uma descarga papilar, um nódulo na mama, uma ferida que não cicatriza ou os linfonodos debaixo do braço que também não somem. Isso tudo é muito importante para que o médico consiga fazer a detecção precoce da maneira mais rápida possível e, assim, consiga altas taxas de cura.

 

Para concluir, como o sr. avalia o Outubro Rosa no contexto da Saúde no Brasil?

Ações como o Outubro Rosa, e até mesmo o Novembro Azul, estão aí para chamar a atenção da população. No caso da população feminina, vale lembrar que o Brasil é um país de grandes dimensões territoriais e de muitas diferenças culturais. Nós, médicos, também encontramos no país muitas diferenças de incidência e mortalidade pelas patologias, de uma maneira geral.

O Outubro Rosa é uma proposta que abrange do norte ao sul do Brasil. Então, é uma forma importante que nós temos de chamar a atenção de todas as mulheres do nosso país para a detecção do câncer de mama.

 

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