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Na tribuna, professora pede valorização para todo magistério

 

Profissionais acompanharam a fala e abordam estudo que reajustaria salários apenas de equipe de suporte

 

A professora Rosa Maria Gonçalves ocupou a Tribuna da Câmara de Limeira na noite de segunda-feira para abordar sobre o Plano de Carreira dos professores da rede. A ação contou com a presença de professores no plenário que criticam um estudo, que estaria em andamento, e que reajustaria apenas salários de equipe de suporte pedagógico. Para a professora, a valorização precisa alcançar todo o magistério.
De acordo com ela, os professores tomam conhecimento de estudo que irá propor valorização para cargos de coordenador, vice-diretor, diretor e Agente de Desenvolvimento Educacional (ADE). A professora detalhou a questão com tabelas.
“A primeira tabela apresentada mostra o aumento que o estudo propõe em relação ao professor. Professores: 0% de reajuste. Ele é a base de cálculo para aumentar o salário do coordenador que já vai aumentar de cara em 30%. Os salários educação infantil R$ 3.315,00 e professor do fundamental R$ 3.842,00 serviram como base de cálculo e 0 para eles”, comenta.
Ela acrescenta que “o vice terá como cálculo o salário do coordenador e mais 10%, que na verdade será 40%. O diretor terá o salário do vice, mais 10% e o Agende Desenvolvimento Educacional (ADE) terá 73% acima do valor da hora/ aula do professor inicial”.
Segundo a professora, a justificativa apresentada é que para o suporte pedagógico não está atrativo. “Se não está para eles, está atrativo para nós? Viemos apresentar aqui, pois temos um problema em comum com o suporte pedágio que é a defasagem e a desvalorização. Merecemos respeito e precisamos discutir a desvalorização de todo quadro do magistério e não só do suporte pedagógico”.
Ela defende que os professores não foram incluídos na discussão. “Nos deixaram de fora. “Somos 1.642 professores de fora de uma medida que vai atender a um grupo de 261 profissionais. Entendemos que é preciso valorizar sim a todos”.
Rosa Maria mostrou ainda uma tabela referente à carga horária atual que mostra o quanto trabalha cada um em hora/aula. “O pessoal do suporte pedagógico trabalha 240h/a mensais. Os professores, começando na educação infantil, trabalham 150 h/a mensais, o de ensino fundamental, 180 h/a mensais, o professor que dobra os períodos, trabalha 300 h/a mensais no infantil e, no infantil e fundamental, são 330 h/a. E nesse caso o salário dele vai ultrapassar um pouquinho o do coordenador, mas veja a diferença de horas que trabalha em relação. Por que ele não merece ganhar mais? O suporte trabalha oito horas por dia, o professor que dobra tem uma carga que pode chegar a 12 horas por dia”.
Segundo ela, já existe uma distância entre esses cargos e professores. “Se essa mudança se consolidar vai abrir um abismo em nosso plano de carreira e os professores não conseguirão alcançar. Eles merecem valorização, mas é valorização para todos”. A professora apresentou propostas referentes a encontro ocorrido em 2015 apontando para uma jornada única. “Apontamos para três pisos e meio para o professor trabalhar uma jornada de seis horas na escola e deixaria de dobrar, mas estava atrelada ao piso e aí vinha a valorização dos demais. Esse salário significaria 83% do valor de dois cargos”. Ressaltou ainda a importância de paz nas escolas, não reconhecimento de moção de apoio e valorização de todo o quadro do magistério.

QUESTIONAMENTO

 

O estudo foi também tema de requerimento do vereador Marco Xavier (Cidadania). O vereador pergunta se existe algum estudo em andamento na rede municipal de ensino sobre alteração do Plano de Carreira/Estatuto do Magistério Municipal e, se existe, quem são os profissionais que organizam esse estudo. Questiona ainda quais profissionais seriam beneficiados e o impacto nas contas.

“Este requerimento pretende obter informações sobre o Plano de Carreira do Magistério Municipal e o debate sobre este assunto. Ainda saber se o Executivo vem discutindo o tema com toda a categoria e quais as propostas de melhorias. Além disso, se já existe um debate quem faz parte dessa discussão importante”, cita o parlamentar.
Fontes ouvidas pela Gazeta ressaltam que ocorre um estudo visando a valorização de equipes de suporte, mas que esses dados ainda não foram oficializados. Segundo essas fontes, essa demanda ocorre devido a desistências de profissionais em cargos de gestão relacionadas à desvalorização salarial. Recentemente, a Gazeta mostrou sobre desistências de diretores e coordenadores na rede de ensino.

Sobre o estudo, a Gazeta também encaminhou questionamentos a Prefeitura de Limeira, mas não houve retorno até o fechamento da edição.

 

Foto Reprodução
Professora falou sobre valorização do quadro do magistério na segunda-feira

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